sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte I

Há pouco mais de nove anos, eu soube que em breve estrearia nos cinemas Harry Potter e A Pedra Filosofal, adaptação cinematográfica do primeiro livro da série que havia estourado pelo mundo. Eu tinha interesse em ler os livros, mas ainda não tinha tido oportunidade. Então, com a proximidade do filme, arrumei o primeiro volume emprestado. Li, gostei bastante, depois assisti ao longa e achei ótimo. Então um ano se passou e quando me dei conta Harry Potter e A Câmara Secreta estava estreando e eu nem tinha lido o segundo livro. Conferi o filme assim mesmo e saí bobo da sala de projeção! E desesperado para ler! No mesmo dia baixei na Internet o livro e seus dois sucessores. Em meio a aulas da faculdade li A Câmara Secreta em um dia, O Prisioneiro de Azkabam em dois e O Cálice de Fogo em três. Sim, no PC. =P E nem era PDF, era no formato do Help do Windows, terrível! Mas essa minha mania de mergulhar de cabeça quando algo me atrai me impediu de esperar e a imersão no universo criado por J. K. Rowling me tornou praticamente um fã. Comprei os quatro volumes e de lá pra cá acompanhei os lançamentos dos três livros finais e de todos os longas, conferindo-os sempre na primeira sessão disponível.

Pois bem, é com esse background que afirmo ser muito triste o iminente desfecho das novidades sobre Harry Potter. Após o fim dos livros, ficou um vácuo. Mas ao menos tínhamos os filmes. Mas agora até estes se aproximam do final, agendado para 15 de julho de 2011. Com o pesar que essa despedida me acarretou, entrei nessa madrugada na sala de cinema para conferir a primeira parte dAs Relíquias da Morte. Claro, antes de mais nada, eu reli o livro essa semana, para deixar as cenas frescas na memória e identificar novidades, alterações e cortes.
Tranquilizo-os: o filme é muito competente! Poucos cortes de cenas do livro, algumas inovações, em geral benéficas, e muito empenho. O trio de protagonistas nunca esteve tão bem, e começo a crer que toda a carga exigida nesses dez anos de filmagem deve tê-los capacitado a encarar quaisquer desafios que suas futuras carreiras possam oferecer. Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson encarnam os personagens. Eu realmente não sou mais capaz de ler os livros sem que os três interpretem na minha mente as cenas. Também não preciso comentar o elenco de apoio, pois não há uma franquia cinematográfica que reúna mais talentos por metro quadrado do que Harry Potter. O grande destaque aqui talvez vá para Ralph Fiennes, que torna Voldemort mais e mais assustador a cada filme.
A parte técnica também não desaponta: trilha sonora eficaz e tensa; fotografia sombria o bastante para nos permitir ter um pouco de medo junto com os personagens; direção de arte interessantíssima, ao fugir de Hogwarts pela primeira vez durante todo um longa, buscando paisagens bucólicas do Reino Unido, com tal grau de isolamento que reforça a sensação de que os três estão realmente sós nessa jornada.


AVISO: PODE CONTER SPOILERS, NÃO LEIA ANTES DE VER O FILME

Obviamente, nem tudo são flores. Enxergo pequenos problemas, que não afetam a qualidade da obra, mas que vou destacar:
- Parece ser impossível não tornar os longas apressados. Cenas como a infiltração no Ministério da Magia ficaram tão resumidas, que quando eles saíram eu pensei "já?". E no livro temos a impressão de que eles ficam muito tempo na casa de Sirius, enquanto o filme faz parecer que foram dois ou três dias apenas;
- Pelos céus, cadê a capa da invisibilidade de Harry? Enquanto eu relia o livro, pensei "ah, eles têm evitado a capa filme após filme, mas nesse será impossível, afinal Harry a utiliza O TEMPO TODO". E não é que ainda assim a deixaram de lado? Nem acreditei;
- A resolução dada para problemas gerados por cenas cortadas em filmes anteriores ficou esquisita: Gui e Mundungo são os principais exemplos. E Fleur, que apesar de aparecer, creio que nem foi citada? Eu tive que explicar pro meu amigo não-leitor que ela e o irmão de Rony iam casar e tal, até porque a cena do casamento foi bem encolhida;
- Só eu achei o encerramento muito brusco? Tipo... ok, Dobby morreu, que triste e tal, e Voldemort pegou a varinha, e bam! Eu acredito que teria ficado bem melhor se Harry tivesse conversado com Olivaras após o funeral de Dobby, ou pelo menos com Grampo, que mal abriu a boca. Tanto as duas conversas serviriam para retirar o público da tristeza pela morte do elfo, reduzir o ritmo para o fim, como ainda gerariam uma expectativa bem maior para a Parte II. E a ceninha de Voldemort ficaria no fim mesmo.

FIM DOS SPOILERS


Bom, daqui a alguns dias, ou semanas, vou ao cinema ver mais uma vez para captar detalhes e, quem sabe, mudar de opinião sobre algum ponto. E é isso. Hora de aceitar que depois de 15 de julho a franquia Harry Potter não terá mais novidades.

sábado, 13 de novembro de 2010

O Senhor dos Anéis

Estou procrastinando meu retorno ao blog há muito tempo. Claro que minha vida deu uma estressada básica, mas eu também perdi um pouco a força de vontade. Bom, vivo pedindo desculpas pelo sumiço e tal, não farei mais isso. =P

O que me motivou a voltar a este espaço foi o box com as versões estendidas de O Senhor dos Anéis. Há quase 7 anos eu esperava pela boa vontade da Warner em lançá-lo no país. E hoje, apenas hoje, me arrependi de não ter adquirido o box com as versões normais também, já que agora sou mais fã do que nunca e gostaria de ter ambos os formatos. Bom, finalmente a Warner tirou o atraso e eu pude conferir as cerca de 20 horas de documentários contidos nos seis DVD's de Apêndices. Ainda não revi os filmes. Já vi duas vezes a versão estendida, mas faz alguns anos da última e pretendo fazer uma grande maratona ainda este ano.

Mas estou aqui para explicar as razões pelas quais, agora principalmente, O Senhor dos Anéis é meu filme favorito. Tipo, o livro também é meu favorito, mas essa não é uma escolha fácil e vive sob risco. A série Harry Potter, por exemplo, batalhou forte e quase chegou lá. E volta e meia me deparo com livros espetaculares. Já o filme... após conhecer todo o processo por trás de sua realização, posso afirmar que, por mais que outros filmes me entusiasmem, me emocionem, me façam refletir... a trilogia de Peter Jackson é uma obra-prima tão perfeita que tenho minhas dúvidas se algum dia eu conseguirei ver outros longas com os mesmos olhos.

Deixe-me citar alguns fatos aleatórios sobre os extras:
- Se antes eu já tinha profunda admiração por Peter Jackson, hoje ele é um ídolo. E se tivesse uma filmografia mais consistente, poderia ser meu diretor favorito. Ele dedicou quase 10 anos à trilogia de Tolkien e podemos ver nos making-ofs o amor que sentia pelo que estava fazendo. Em nenhum instante, o vemos nervoso ou com falta de confiança. Ele parecia saber desde o princípio que daria certo. E deu. Parecia confiar em cada membro de sua imensa equipe. E valeu a pena.
- A equipe... não há como definir a união de cada time que passou 6 ou 7 anos trabalhando nos longas. O time de efeitos visuais, o time das miniaturas, o time do departamento de arte, o time dos efeitos sonoros, a equipe de dublês, a equipe de produção, o elenco, Howard Shore e o trio formado por Philippa Boyens, Fran Walsh e seu marido, Peter Jackson. Parecia uma grande família. E quanto mais Pete exigia deles, mais eles davam duro e se esforçavam com dedicação para fazer o melhor trabalho. E que trabalho. Enquanto James Cameron só quer saber de efeitos em Computação Gráfica e captura de movimentos (que, aliás, foi extremamente aperfeiçoada pelo Gollum), Pete adora maquetes, miniaturas, efeitos à moda antiga. Aliás, não havia regras para o que as equipes poderiam fazer. O importante era obter o melhor resultado. Para garantir a qualidade da arte dos filmes e a perfeita recriação da Terra-Média, PJ conseguiu contratar Alan Lee e John Howe, dois renomados ilustradores apaixonados pela obra de Tolkien, conhecidos por ilustrações para capas dos seus livros, mapas e publicações adicionais. Os dois conseguiram passar todo o seu conhecimento para a arte da Terra-Média. Enfim, a equipe foi tão feliz junta que o encerramento do trabalho foi doloroso, e parecia que, apesar do stress, todos queriam dar continuidade. Howard Shore, por exemplo, montou uma orquestra para fazer apresentações com músicas dos filmes, tamanho era seu desejo de permanecer nesse universo.
- O fabuloso elenco, que conta não só com ótimos atores, mas com pessoas divertidas, humanas, engajadas socialmente, verdadeiras lendas do cinema (no caso de Christopher Lee, claro, e, por que não, Ian McKellen), que se tornaram amigos durante o processo. Alguns não souberam aproveitar a fama. Sério, Elijah Wood poderia ter pego vários papéis importantes nos últimos anos. Outros já eram famosos. Alguns, como Orlando Bloom, ascenderam no ramo, como bem demonstra sua participação em outra trilogia, a dos Piratas do Caribe. Infelizmente, ele provou não ser muito bom ator, digo, para demonstrar emoções, etc. Mas acho que poderia ter uma boa carreira no cinema de ação e aventura. Aliás, teria dado um substituto muito melhor para Harrison Ford do que Shia LaBeouf. Mas eu creio que nenhum ator foi mais beneficiado do que Viggo Mortensen. Que ser humano excepcional! Junto com Peter Jackson, se tornou um novo ídolo para mim, após os documentários. Sua dedicação ao papel foi memorável. E ele se tornou uma espécie de amigo de todos nos sets de filmagem. Fez grande amizade com os dublês, aprendeu a manusear sua espada como nenhum outro, gerou tanta empatia com o cavalo que utilizou que ao final acabou comprando-o para si, e pude ver que é realmente uma pessoa fantástica. Aliás, elevarei-o a partir de hoje ao status de ator do qual quero conferir o máximo da filmografia, em um seleto grupo que até então contava apenas com Christina Ricci (minha atriz favorita há mais de 10 anos), Johnny Depp (meu ator favorito) e Natalie Portman. Enfim, desde a trilogia, Viggo vem pegando papéis intensos, dramáticos, e não me surpreenderei se eventualmente ganhar um Oscar de atuação.


Bom, não pretendo me alongar mais, pois não quero que as pessoas desistam ao ver o tamanho do post (como sempre acontece com meus posts de final de ano =PPP). Concluo sugerindo aos que gostaram dos filmes que assistam aos making-ofs sensacionais, que não se limitam a mostrar como os efeitos foram criados, mas exibem a paixão envolvida na criação da Terra-Média de Peter Jackson. E fico na torcida pelo sucesso dos filmes de O Hobbitt, a serem lançados em dezembro de 2012 e de 2013 e que contarão com o mesmo time vencedor de antes!