quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Tops 2009

No último ano, expliquei aqui o processo de elaboração dos meus tops, que não vou repetir. Acessem a matéria aqui para acompanhar a evolução dos números (O top de 2007 pode ser lido aqui). Este ano fiz uma loucura: resolvi anotar todas as revistas em quadrinhos que li, incluindo o número de páginas de cada uma destas. Sei que não é uma medida acurada do tempo gasto com a leitura, porque tudo depende da complexidade da arte, da quantidade de diálogos, etc.

Sem mais delongas, vamos aos números:

- Filmes: 100 (finalmente consegui voltar às 3 casas, mas ainda preciso melhorar esse índice), dos quais 56 no cinema (consegui igualar o número do ano passado, o que é espetacular). Dos 100, 95 foram inéditos, e destes 19 ganharam 5 estrelas na minha cotação, sendo 13 no cinema. Foram 2 documentários, 3 curtas com atores e 4 em animação e 4 exibições em 3D, sendo 2 delas de Avatar (as outras de Up, e Monstros vs Alienígenas). Meta para 2010: ver 130 filmes, 50 no cinema.
- Livros: 22 (melhorei um pouco, mas estou longe do ideal), sendo 21 inéditos e 5 ganharam 5 estrelas. Meta para 2010: ler 30 livros.
- Séries: se no ano passado eu vi 269 episódios, esse ano vi 341, de séries das mais variadas (ano passado 147 destes foram de Gilmore Girls). Meta para 2010: finalmente assistir a série Lost, completa.
- Quadrinhos: li 209 revistas, totalizando absurdas 29.406 páginas!!! Uau! Não esperava chegar a tanto. Meta para 2010: passar as 30.000, claro, hehehehe.

Fiz um gráfico mostrando a evolução dos números computados desde 2005. Vejam como antes eu lia praticamente a mesma quantidade de livros do que o número de vezes em que ia ao cinema. Agora o cinema vence por mais do que o dobro.

(evolução dos números ao longo dos anos)

Sem mais delongas, deixo-os com os tops do ano e alguns pequenos comentários sobre eles.


TOP Quadrinhos 2009

Menções Honrosas: Bleach, Thor e D.Gray-Man.
Bleach conta a história de um jovem que vê espíritos e se descobre possuidor de uma assombrosa quantidade de energia espiritual, tornando-se assim um shinigami, uma espécie de soldado do mundo espiritual, que combate os espíritos perdidos (ou hollows), que devoram outros espíritos. O mangá já está em uma fase avançada no Brasil, e merece a menção pelos personagens complexos e originais, pelas batalhas desafiadoras, pela tensão imposta pela narrativa e pelo carisma dos protagonistas.
Thor é publicado no Brasil na revista Os Novos Vingadores. Confesso que eu estava apreensivo com essa nova série do ótimo J. Michael Straczynski, pela decisão de levar Asgard para a Terra. Mas ele não desapontou. A arte de Olivier Coipel se adequa perfeitamente ao tom necessário para as histórias do deus nórdico. Thor renasceu após o Ragnarok, recriou um pedaço de Asgard na Terra, flutuando em cima de um deserto no meio dos EUA, e despertou os asgardianos pouco a pouco, aprisionados em corpos mortais. Além dessa mudança, Loki, seu meio-irmão pérfido, agora está em um corpo de mulher. Na última edição lançada no Brasil, finalmente descobrimos o porquê dessa mudança de gênero e... é tão impactante que já garantiria o lugar nesse top.
D.Gray-Man conta a história de exorcistas, guerreiros que são os portadores de um dom (a Innocence) e que lutam contra os akumas, a versão desse mangá para os hollows de Bleach. Apesar da premissa soar similar, a narrativa não poderia ser mais distinta. Essa série me impressiona fortemente pelo senso de urgência. É normal que mangakás gastem tempo desenvolvendo os personagens, depois entrem em longas sagas e só então surja um clímax que aproxima a série de seu encerramento. Pois D.Gray-Man parece prestes a chegar ao fim o tempo inteiro, e sei que ela ainda está sendo lançada no Japão, por isso anseio por continuar lendo.

5. X-Factor
Peter David vem fazendo um trabalho excelente em X-Factor e, apesar de ter caído um pouco nos últimos números, foi espetacular no início do ano, sobretudo na viagem ao futuro de Jamie Madrox e Layla Miller, a garota que sabe das coisas. Layla é para mim uma das personagens mais geniais dos últimos anos nos quadrinhos da Marvel. Sou completamente apaixonado por essa personalidade incrível. Já li alguns spoilers do que vem em 2010 para o X-Factor e Layla promete voltar com tudo!

4. Capitão América
Poucas tramas foram/são tão bem conduzidas quanto o Capitão de Ed Brubaker. Desde a primeira edição até a atual 45 (no Brasil), tudo parece ter sido planejado e sutilmente conduzido para um determinado ponto, que parece próximo. Tenho medo da qualidade cair caso a trama emaranhada chegue a um fim. Importante ressaltar: Bucky é um protagonista ainda melhor que Steve Rogers, embora não seja um Capitão América à sua altura. Mas o personagem é muito mais complexo, e Natasha Romanoff certamente é mais interessante como parceira que Sharon Carter (não que eu não goste dessa).

3. Hunter X Hunter
Guiado pelo sucesso de Yu Yu Hakusho, Yoshihiro Togashi criou uma série ainda superior para substituí-la. Hunter X Hunter conta a história, a princípio simples, de Gon, um garoto que sai pelo mundo em busca de seu pai. Aos poucos a trama vai evoluindo até chegar a um ápice que parece difícil de ser superado: os volumes ambientados no Greed Island, uma espécie de jogo criado pelo pai de Gon, no qual os jogadores são transportados para dentro dele. Em seguida teve início um novo arco, não tão promissor, sobre uma espécie de formiga que desenvolve suas crias com base nas presas. Essa se alimenta de humanos, então suas crias são do tamanho destes, e vão ficando mais e mais resistentes.

2. Honey & Clover
Apesar de apenas 4 volumes terem sido publicados desse mangá da Chika Umino, o título me conquistou de tal forma que não consigo aceitar a idéia dela vir a ser encerrada na edição 10. Centrada em 5 personagens igualmente brilhantes, todos universitários estudantes de arte, enquanto estes formam complicados triângulos amorosos, seguem o rumo de suas vidas e criam laços inquebráveis. Meu personagem favorito é Takemoto, e torço para que ele possa ficar com a Hagu no final, hehehe. ^____^ Decididamente, meu gênero favorito de quadrinhos é o adulto de relacionamentos, provado pelo favorito de todos os tempos Estranhos no Paraíso, por Honey & Clover e pelo vencedor desse ranking.

(os cinco estudantes protagonistas de Honey & Clover)

1. Nana
Nana, mangá criado pela japonesa Ai Yazawa, conta a história de duas garotas chamadas Nana: as personagens são tão complexas e bem estruturadas que torna-se até difícil resumi-las. Não vou falar muito dessa série que me emociona a cada volume, mas dou a dica: para quem prefere assistir, o anime é igualmente excelente (e vai até o volume 12 do mangá - uma segunda temporada está prometida para quando da conclusão da série em quadrinhos, atualmente no volume 21), e ainda conta com músicas contagiantes. Arrisco dizer que deve ocupar essa mesma posição em 2010, a não ser que algo bombástico ocorra em outra série para mudar tanto a minha opinião.

(Nana Komatsu e Nana Oosaki)


Top Séries 2009

Menções Honrosas: True Blood, The Big Bang Theory e Fringe.
True Blood merece estar aqui pelo ritmo alucinante imposto na série, cujos 12 capítulos por temporada se desenrolam em uma única sequência de acontecimentos que deixam o espectador com altos níveis de adrenalina e ansioso pela continuação. As duas temporadas são igualmente chocantes, e constroem um clima de tensão que só é aliviado no episódio final. Discordo de alguns pontos da mitologia vampírica proposta pela série, mas são detalhes mínimos perto da riqueza narrativa da série que tem os melhores cliffhangers.
Não sou exatamente apreciador de comédias, mas uma sitcom focada em nerds... é simplesmente imperdível! Os cinco personagens principais de The Big Bang Theory são ótimos, com destaque máximo, claro, para o Sheldon de Jim Parsons, uma figura absurdamente irritante, mas consistentemente tridimensional e bem composta. É simplesmente inaceitável que o ator ainda não tenha sido contemplado com prêmios por seu desempenho ímpar.
Fringe é uma série espetacular e que deveria estar ocupando a terceira posição desse Top, se não fosse por um grave problema: seu estilo “monstro da semana”. Entendo que seja mais simples conduzir séries episódicas, afinal reduzir a ligação entre os episódios reduz também os custos, e a necessidade de manter os coadjuvantes e os cenários sempre preparados. Contudo, a série peca ao seguir essa fórmula e se distanciar de algo realmente sequencial, como Dexter ou True Blood. Foi por essa razão que deixei de ver desenhos animados americanos, afinal cada capítulo era isolado, enquanto em boa parte dos japoneses há grandes sagas, com episódios conectados. Por essa razão também eu passei a ler quadrinhos da Marvel e larguei os Disney. A sensação de continuidade me conquistou. Fringe tem uma premissa genial e personagens extremamente criativos, mas o fato de ser episódica prejudica sutilmente o resultado final, já que eventualmente oferece episódios medianos.

3. Nodame Cantabile
Apesar de eu ter assistido em 2009 apenas os episódios finais da segunda temporada, esse anime conquistou a terceira posição do Top, graças à delicadeza de sua narrativa e aos deliciosos personagens principais. Ver Nodame ao piano é... indescritível! Falei um pouco sobre a primeira temporada aqui.

2. Dexter
A série mais consistente da atualidade conseguiu o que parecia impossível: em sua quarta temporada, foi ainda melhor do que nas três anteriores. Com a história do assassino Trinity, brilhantemente trazido à vida por John Litgow, o serial killer favorito de todos nós amadureceu, e concluiu um arco temático de maneira brutal e irreversível na última cena. E agora? Como os roteiristas poderiam superar essa magnífica temporada?

1. A Sete Palmos (Six Feet Under)
Pode não ser uma série atual, mas vi seus 63 excelentes episódios em 2009, e... uau! Que série! Não me lembro de ter visto uma reflexão tão adequada sobre vida e morte antes. Contando com um elenco simplesmente impecável, a história da família Fisher é carregada de drama, e cada episódio se inicia com uma morte em diferente estilo. Os dez minutos finais conseguem gerar uma apoteose ímpar para essa série estupenda. Recomendo!

(elenco da excepcional série da HBO)



Top Livros 2009

Menções Honrosas: Robinson Crusoe, É Fácil Matar, Sherlock Holmes - Volume I e Einstein: Os 100 Anos da Teoria da Relatividade.
Robinson Crusoe, de Daniel Dafoe, é um clássico extremamente copiado e adaptado. Eu conhecia a história por cima, mas me impressionei com a riqueza de detalhes. Tem tudo para ser um livro enfadonho, já que enfoca em boa parte do seu tempo as agruras do protagonista enquanto este está sozinho em uma ilha deserta (sim, se vocês lembraram de Tom Hanks em O Náufrago, saibam que não chega nem perto da solidão de Crusoe), contudo... não é. Fiquei fascinado com a criatividade do personagem para sobreviver em uma situação como essa (e me lembrei imediatamente de A Lagoa Azul em algumas passagens), e de como o livro foi relativamente original sobre o assunto quando de seu lançamento.
Após passar um ano sem livros da Agatha Christie, li É Fácil Matar em 2009. Não parece haver livros ruims da Dama do Crime. Esta é mais uma de suas histórias ambientadas em pitorescas cidadezinhas do interior da Inglaterra, sem o auxílio de Hercule Poirot para desvendar o mistério. Sinto que está chegando o momento de criar coragem para comprar seus livros avassaladoramente e começar a montar minha coleção completa desta maravilhosa autora. Hoje tenho apenas 6, mas devo ter lido por volta de 30. São mais de 80.
Já que falamos da Dama do Crime, como não falar de seu predecessor Sir Arthur Conan Doyle, que criou o célebre Sherlock Holmes. Se seus mistérios não se comparam em complexidade àqueles desvendados por Poirot e Miss Marple, o personagem lendário talvez seja mais bem construído que aqueles (apesar de eu preferir imensamente as maneiras e métodos do belga), e a tenacidade com que desvenda seus crimes simplesmente utilizando a lógica e um pouco de conhecimentos gerais... é impressionante. No primeiro de três volumes, são compiladas as obras Um Estudo em Vermelho, O Sinal dos Quatro e As Aventuras de Sherlock Holmes (este eu já havia lido, mas fiz questão de reler para seguir a continuidade).
Albert Einstein foi uma personalidade tão importante para o desenvolvimento da física contemporânea que talvez seja o cientista mais lembrado por aqueles não afeitos à área, o mais carismático de todos. O livro de Andrew Robinson, além de traçar um excelente perfil biográfico do alemão que redigiu a Teoria da Relatividade, faz um resumo objetivo, embora claro e completo, de suas descobertas científicas. Acompanhado de imagens da vida do físico e de artigos de nomes como Arthur C. Clarke e Stephen Hawking, vale a pena conhecer mais sobre a Personalidade do Século XX, de acordo com a revista Time.

5. A História sem Fim, de Michael Ende
Escrevi um pequeno comentário sobre o livro aqui.

4. Irmã do Meu Coração, de Chitra Divakaruni
Escrevi sobre Irmã do Meu Coração no segundo volume do jornalzinho A Toca do Lobo, que pode ser lido aqui.

3. O Castelo no Ar, de Diana Wynne Jones
Escrevi brevemente sobre O Castelo no Ar aqui.

2. House of Many Ways, de Diana Wynne Jones
Terceiro livro ambientado no mesmo universo diegético (veja os itens 3 e 1 do Top para descobrir quais são os outros 2), conta a história da garota Charmain Baker (sim, seu sobrenome é uma referência aos padeiros, a profissão de seu pai), uma jovem ávida por leitura que acaba tendo que cuidar da casa do Mago Real, um lugar com portas para os mais variados lugares (vem daí o título do livro). Conforme os fatos se desenrolam, Charmain conhece os personagens conhecidos dos fãs dO Castelo Animado e tem que desvendar um mistério sobre um Presente dos Elfos.

(capa do livro)

1. O Castelo Animado, de Diana Wynne Jones
Escrevi brevemente sobre O Castelo Animado aqui.
Acrescento que fiquei apaixonado pela literatura da Diana Wynne Jones, sobretudo pelos personagens cativantes e pelas histórias de fantasia, um de meus gêneros favoritos. Não é à toa que quatro dos 5 membros desse top sejam do gênero.

(Sophie e Howl, protagonistas de O Castelo Animado, na versão animada do Estúdio Ghibli)



Top Cinema 2009

Menções Honrosas: Presságio, Rebobine, Por Favor e Bolt.
Escrevi sobre Presságio aqui.
O trabalho de Michel Gondry como diretor e co-roteirista de Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças o credenciou para sempre na lista de diretores a se acompanhar. E dificilmente ele superará essa obra prima, importante frisar. Não sou muito fã de comédia, mas Jack Black ainda consegue me divertir, além de ser extremamente carismático. Assim, esperei um bom tempo pela estréia do filme Rebobine, Por Favor, de Gondry estrelado por Black. A premissa é interessante: Jerry (Black) apaga com um efeito magnético todos os VHS's da locadora do sr. Fletcher (Danny Glover). Assim, ele e Mike (Mos Def) precisam reencenar alguns longas para que a senhorita Falewicz (Mia Farrow) possa alugar. Eles criam o termo suecar para essa idéia, que se tornou uma febre Internet afora, fazendo mais sucesso que o próprio filme em si. Apesar de ter alguns problemas narrativos, as regravações hilárias de clássicos oitentistas valem o tempo do espectador.
Escrevi sobre Bolt aqui.

(Jack Black e Mos Def)

10. Harry Potter e O Enigma do Príncipe
Escrevi sobre Harry Potter no segundo volume do jornalzinho A Toca do Lobo, que pode ser lido aqui.

09. Terra
Escrevi um pouco sobre Terra aqui.

08. Up
Escrevi brevemente sobre Up aqui.

07. A Troca
Escrevi sobre o filme aqui.

06. O Leitor
Escrevi sobre o filme aqui.

05. Para Sempre Te Amarei
O título original, The Time Traveler's Wife, poderia perfeitamente ter sido traduzido como A Esposa do Viajante do Tempo. Contudo, provavelmente por receio de perder público feminino ao citar abertamente um conceito de ficção científica, os tradutores decidiram escolher esse título ridículo. A premissa é interessante o suficiente para gerar um clássico: um homem sofre de um distúrbio genético único: em determinados momentos de stress e tensão, ele se desloca pelo tempo, para o passado e o futuro (não distantes, normalmente em épocas do decorrer de sua vida), perdendo no processo suas roupas. Misture a essa idéia de ficção científica um romance com uma garota da qual ele acompanha várias etapas da vida, e temos um filme excelente para ser apreciado por nerds românticos, como é o meu caso. Se você não é nerd, você pode se perder na confusão causada pelos saltos temporais (minha mãe se perdeu um pouco =P) e se você não é romântico, definitivamente vai achar o filme enfadonho. Eric Bana está ótimo, como de costume, e a belíssima Rachel McAdams faz uma das personagens mais interessantes do ano, uma mulher perdidamente apaixonada, mas que não parece ter tido escolha para seguir esse rumo em sua vida. Quem vem primeiro? O ovo ou a galinha? Recomendo fortemente esse longa.

(cartaz do romance sci-fi)

04. Uma Prova de Amor
Escrevi brevemente sobre Uma Prova de Amor aqui.

(Sofia Vassilieva interpretando a leucêmica Kate)

03. Watchmen
Escrevi sobre Watchmen (quadrinhos e filme) aqui.

02. (500) Dias com Ela
Não sei como não escrevi sobre esse filme ainda. Ah, eu sei sim: culpa da correria dos empregos, mudança, etc. Tive a oportunidade de assisti-lo no Festival Internacional de Cinema de Brasília, apesar do mesmo também ter entrado em circuito nacional na mesma época. Tom (Joseph Gordon-Levitt), um arquiteto frustrado que trabalha escrevendo textos para cartões festivos, conhece Summer (a encantadora Zooey Deschanel), que consegue uma vaga como secretária na mesma empresa. Aos poucos os dois vão se envolvendo, e ela avisa que não acredita no amor, mas mesmo assim Tom não consegue evitar de se apaixonar, muito menos consegue evitar de sofrer quando ela o deixa (o filme se inicia com essa cena, por isso não é spoiler =P). Assim como Tom, não consegui deixar de me identificar fortemente com sua situação, já que eu consigo me imaginar passando por algo semelhante. Apesar de tudo, em nenhum momento temos raiva das atitudes de Summer, já que ela sempre foi sincera e que as justifica conforme o filme avança. Apesar do elenco de apoio não ser forte, a história de Tom e a forma como foi narrada pelo diretor Marc Webb me tocou o suficiente para conquistar o segundo lugar do Top.

(Summer e Tom)

01. Avatar
Escrevi sobre Avatar aqui.



Top Filmes Geral 2009

Menções Honrosas: Milk, Terra, Harry Potter e O Enigma do Príncipe e Um Ato de Liberdade.
Escrevi sobre Milk aqui.
Sobre Terra e Harry Potter, vide acima.
Escrevi sobre Um Ato de Liberdade aqui.

10. Up
Vide acima.

09. A Troca
Vide acima.

08. O Leitor
Vide acima.

07. Para Sempre Te Amarei
Vide acima.

06. Uma Prova de Amor
Vide acima.

05. Quem quer ser um Milionário?
Escrevi sobre o filme aqui.

04. Watchmen
Vide acima.

03. O Visitante
Escrevi sobre o filme aqui.

02. (500) Dias com Ela
Vide acima.

(Tom e Summer, o casal do ano)

01. Avatar
Precisa dizer algo? Vide acima. Avatar decididamente me cativou. Já revi o longa, e talvez ainda o veja mais uma vez daqui a algumas semanas. James Cameron conseguiu. Estou desesperado para: 1) Ver a continuação; 2) Morar em Pandora.

(A bela Neytiri)


Feliz 2010 a todos!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Dublagem

Sabe-se que o Brasil é um país completamente rendido aos estrangeirismos, nos neologismos do nosso idioma, em nossas atitudes, nosso modelo político, etc. Tudo nós copiamos, sobretudo dos americanos. Essa posição difere da maior parte dos países europeus, que nutrem verdadeira aversão pelos idiomas e culturas alheias, e valorizam a sua em demasia. Isso se reflete na cultura cinematográfica dos países: enquanto no Brasil há forte oposição a assistir filmes em idioma distinto do original, na Europa grande parte das produções é dublada na língua local.


Há alguns anos, e sobretudo em 2009, percebi uma maior presença dos filmes dublados nas salas brasileiras. Essa iniciativa faz parte de um conjunto grande de ações governamentais para valorizar a Língua Portuguesa, incluindo a proibição do uso de termos como "delivery", "express", "free" e etc. em estabelecimentos comerciais e na área publicitária, e passando até pela reforma ortográfica de nosso idioma.

Não só os cinemas, mas também a televisão está sendo afetada. A cada dia surgem mais canais ou sessões de filmes e de séries dubladas.


Meu interesse por esse assunto se intensificou quando recebi da minha amiga Denise uma edição da revista Filme B, que apresentava uma matéria sobre o acelerado crescimento da bilheteria das cópias dubladas. Ao refletir sobre o tema, concluí que há razões de ambas as partes: os que defendem a dublagem dos longas, e os que não gostam de assisti-los em idioma distinto do original. Assim, decidi elaborar um questionário e enviar para algumas pessoas. O resultado segue abaixo, seguido de meu parecer sobre este. Infelizmente, um amigo apaixonado por dublagem não teve tempo para enviar sua opinião.




1) Nome:
Denise do Egito, do Papo Calcinha

2) Mini-biografia:
Denise é jornalista e autora do blog Papo Calcinha

3) Prefere ver filmes legendados ou dublados?
Eu prefiro os filmes legendados pois gosto de conhecer a voz verdadeira dos atores, mas penso que os dublados permitem que o espectador aproveite bem mais o filme porque não precisa ficar correndo a vista para ler as legendas.

4) E séries?
Também.

5) Você acha que em filmes dublados o espectador presta mais atenção ao que está na tela, por não ter que acompanhar as legendas?
Sim, isso acontece comigo, principalmente em cinema com telas muito grandes como as dos multiplex. Em alguns momentos, chega a ser cansativo.Um filme como Vicky Cristina Barcelona, por exemplo, teria suas belas locações melhor aproveitadas pelo espectador.

6) Como você avalia a qualidade das dublagens brasileiras? Ruim, Regular, Boa, Ótima?
Boa

7) Você concorda com o movimento do governo brasileiro para valorização da Língua Portuguesa, que, além de incentivar a dublagem (como ocorre em boa parte dos países europeus, por exemplo a Espanha) dos filmes e das atrações televisivas, recomenda a abolição de palavras como "delivery", "express" e "free" na publicidade e no comércio?
Sim, concordo 100%. Acho um absurdo, por exemplo, os shoppings em época de liquidação estamparem nas vitrines das lojas a palavra SALE. Ora, escrevam liquidação, afinal, estamos no Brasil.

8) O trabalho vocal do ator é um dos aspectos de sua atuação. Assistindo filmes dublados, não estamos perdendo essa característica? Mesmo que o dublador seja melhor que o ator original, ainda assim o filme sendo assistido não será o mesmo que saiu da montagem, concorda?
Acho, sinceramente, que uma melhor visualização do que acontece na tela pode compensar uma possível perda do que você chama de trabalho vocal, que eu penso que deverá ser pequena.

9) Me parece que dentro de alguns anos vivenciaremos uma situação em que exibir filme legendado será como exibir filme europeu, uma atividade para poucos cinemas, apenas aqueles de arte. Você acha que esse é o rumo? Continuará indo ao cinema para ver longas dublados?
Bem, o Telecine criou um canal só de filmes dublados porque havia forte demanda, o que já se percebe também no público de cinema. Sendo assim, já observo uma tendência realmente. Jamais deixarei de assistir aos meus diretores preferidos como Woody Allen e Pedro Almodóvar, por exemplo, porque o filme deles está sendo falado em português.

10) Expresse de forma sucinta sua opinião acerca da ampliação do número de cópias dubladas nos cinemas brasileiros.
Os exibidores e distribuidores - a maioria estrangeiros - não jogam para perder. Se o número de cópias dubladas está aumentando no Brasil é porque o público de cinema está solicitando esse formato.



1) Nome:
Eudes Honorato, do Rapadura Açucarada

2) Mini-biografia:
Eudes é blogueiro desde que nasceu, mesmo que não soubesse disso. Quadrnho e cinema é sua alimentação.

3) Prefere ver filmes legendados ou dublados?
Legendados. Se for animação prefiro dublada.

4) E séries?
Legendadas.

5) Você acha que em filmes dublados o espectador presta mais atenção ao que está na tela, por não ter que acompanhar as legendas?
Sim, mas acho que não é uma boa justificativa para quem não gosta de filmes legendados. Parece desculpa esfarrapada.

6) Como você avalia a qualidade das dublagens brasileiras? Ruim, Regular, Boa, Ótima?
Depende do estúdio de dublagem, eu acho. No geral acho que é boa.

7) Você concorda com o movimento do governo brasileiro para valorização da Língua Portuguesa, que, além de incentivar a dublagem (como ocorre em boa parte dos países europeus, por exemplo a Espanha) dos filmes e das atrações televisivas, recomenda a abolição de palavras como "delivery", "express" e "free" na publicidade e no comércio?
Eu nem sabia que existia um movimento pra isso. Acho que sempre absorvemos palavras de outras línguas, não será agora, principalmente com a internet aí, que vamos mudar isso. Acho que só não pode haver exageros, tem gente que fala season em vez de temporada e isso é irritante.

8) O trabalho vocal do ator é um dos aspectos de sua atuação. Assistindo filmes dublados, não estamos perdendo essa característica? Mesmo que o dublador seja melhor que o ator original, ainda assim o filme sendo assistido não será o mesmo que saiu da montagem, concorda?
Sim, perde. Isso é meio óbvio. Mas cabe a cada um escolher se acha que isso é essencial ou não. Por isso gosto dos DVDs com as duas opções. Já assisti filmes dos dois modos, devido a essa comodidade. Não para comparar, mas para me divertir.

9) Me parece que dentro de alguns anos vivenciaremos uma situação em que exibir filme legendado será como exibir filme europeu, uma atividade para poucos cinemas, apenas aqueles de arte. Você acha que esse é o rumo? Continuará indo ao cinema para ver longas dublados?
Eu acho que se isso acontecer, vai haver uma perda de público, por isso não creio que haverá essa mudança tão drástica. Acho que filmes mais pipocas pode até ser que venham a ter prioridades os dublados, mas ainda acho que haverá publico para legendado.

10) Expresse de forma sucinta sua opinião acerca da ampliação do número de cópias dubladas nos cinemas brasileiros.
Atraso de vida.



1) Nome:
Gilvan Soares, do Papos Pops

2) Mini-biografia:
Sou um sujeito normal (acho) que ama cultura pop.

3) Prefere ver filmes legendados ou dublados?
Normalmente prefiro legendados, mas quando as dublagens são bem feitas (de preferência quando os atores acabam ficando com as vozes com as quais já me habituei para cada um) aí não vejo lá muito problema.

4) E séries?
Acho que vai pelo mesmo caminho que a resposta anterior. O que importa é a coisa funcionar de uma maneira atrativa. Não sei como seria o Sheldon (Jim Parsons, de The Big Bang Theory) na dublagem tupiniquim (adooooro o original), mas amo as "vozes brasileiras" de Chandler e cia. no seriado Friends, por exemplo.

5) Você acha que em filmes dublados o espectador presta mais atenção ao que está na tela, por não ter que acompanhar as legendas?
Depende do filme. Se a montagem for muito frenética, cheia de cortes ou o longa contar com muitas tomadas de efeitos visuais, etc... aí eu até acho que estes fatores podem ser vistos de uma maneira melhor na versão dublada, contanto que a qualidade da dublagem seja boa (de modo que os efeitos sonoros não atrapalhem), vale ressaltar.

6) Como você avalia a qualidade das dublagens brasileiras? Ruim, Regular, Boa, Ótima?
No geral de boa pra ótima, já é de longa data que eu sei que o Brasil tem uma das melhores dublagens do mundo. Dá pra notar de longe. No entanto, é claro que há exceções... e quando elas aparecem... ai, ai... ~_~

7) Você concorda com o movimento do governo brasileiro para valorização da Língua Portuguesa, que, além de incentivar a dublagem (como ocorre em boa parte dos países europeus, por exemplo a Espanha) dos filmes e das atrações televisivas, recomenda a abolição de palavras como "delivery", "express" e "free" na publicidade e no comércio?
Acho que essa estória da valorização da Língua Portuguesa é balela. O que eu entendo é que num país onde o índice de analfabetismo ainda é um tanto alto, a idéia de dublagem total é justificada no intuito de propagar a sétima arte para aqueles que de outra forma não teriam acesso a mesma, se é que me entende...

8) O trabalho vocal do ator é um dos aspectos de sua atuação. Assistindo filmes dublados, não estamos perdendo essa característica? Mesmo que o dublador seja melhor que o ator original, ainda assim o filme sendo assistido não será o mesmo que saiu da montagem, concorda?
Não vejo muito problema nisso, ainda mais porque tudo acaba saindo em DVD mesmo e lá vc tem as opções de ver original ou não. É só escolher.

9) Me parece que dentro de alguns anos vivenciaremos uma situação em que exibir filme legendado será como exibir filme europeu, uma atividade para poucos cinemas, apenas aqueles de arte. Você acha que esse é o rumo? Continuará indo ao cinema para ver longas dublados?
Por enquanto ainda ando resistindo um pouco. Ainda essa semana deixei de ver um filme legendado porque minha namorada esqueceu os óculos. Ela sugeriu que víssemos um outro dublado e eu acabei recusando. Resultado: fomos ao cinema, mas não vimos filme algum.

10) Expresse de forma sucinta sua opinião acerca da ampliação do número de cópias dubladas nos cinemas brasileiros.
Odeio essas coisas de "Expresse de forma sucinta"... me lembra umas provas chatas que eu fazia antigamente, mas isso não vem ao caso. Sobre a ampliação de cópias dubladas eu acho uma idéia válida, não tanto para mim, mas sim para os outros. O que eu quero é ter a opção de escolher.






Bem, agradeço aos três amigos que colaboraram com a pesquisa, que não tem o mesmo valor que poderia se tivesse a opinião do amigo apaixonado por dublagem. Infelizmente não foi dessa vez. As opiniões foram interessantes, eu buscarei fazer uma análise imparcial e, em seguida, dar minha opinião parcial mesmo. =P


Vendo imparcialmente, o que interessa para todos no capitalismo é o dinheiro. Se aumenta a demanda por filmes dublados, obviamente aumenta a oferta destes, seja na televisão ou no cinema. Houve uma época em que o cinema era bem menos difundido no Brasil, e a TV a cabo nem se fala. Nesse período, todos nos acostumamos a ver produções dubladas na televisão. Inclusive, muitos não gostam de assistir aos seus programas preferidos dessa época com áudio original. Saiu há pouco um novo Indiana Jones. Boa parte dos fãs da dublagem clássica exibida na Globo nos anos 80 e 90 não se interessou em assistir ao novo filme legendado. Também ocorreu algo parecido com os admiradores do desenho Os Cavaleiros do Zodíaco, clássico dos anos 90 no Brasil. Ao surgir uma nova série, todos se decepcionaram com a mudança de dubladores.
Com base nesse ponto de vista, acredito ser natural o crescimento das sessões dubladas no cinema, fato que talvez não tenha acontecido previamente devido ao alto custo do processo de dublagem. Também concordo que ter que ler as legendas, sobretudo para a maior parte do público, pode prejudicar o entendimento do filme. Alguns longas dependem de detalhes para serem bem compreendidos (como os de David Lynch, para citar um exemplo surreal - não que seja possível compreendê-los, mas deu para entender o meu ponto de vista. =P), e ler a legenda pode, como citado nas entrevistas, atrapalhar o entendimento do filme, o que talvez seja pior do que modificar o desempenho vocal do ator.


Agora minha opinião pessoal... eu tenho verdadeira ojeriza por dublagem, infelizmente. Há muito tempo que praticamente deixei de assistir a filmes e séries na TV aberta, e canais como TNT, FOX e o Telecine Pipoca me são completamente inúteis (correção: a TNT é útil por transmitir as premiações, hehehehe). Mas é importante citar um detalhe: além de ser um leitor veloz, cada vez preciso menos ler as legendas, conforme vou ajustando meu ouvido para o inglês (exceção óbvia para todos os filmes de outras nacionalidades, claro). Assim, busco perder menos detalhes. Também gosto de me sentar da metade para trás do cinema, o que me permite ter um maior domínio da imagem, apesar de prejudicar a imersão no universo diegético da obra.
Mas independente disso, não curto dublagem. E mesmo todos os clássicos que assisti na Sessão da Tarde nos anos 80, com as vozes familiares, eu hoje prefiro ver com o áudio original. Isso inclui desenhos animados. Infelizmente, não há no Brasil a compreensão de que adulto também pode gostar de animação, e praticamente 100% dos desenhos são exibidos apenas com cópias dubladas. Mas, apenas para exemplificar, qual é a graça de ver Shrek sem o sotaque espanhol de Antonio Banderas ao dublar o excelente Gato de Botas?
Depois que me acostumo com a voz do ator então... é impossível me divertir da mesma forma com outra voz no lugar da original. Irei ao cinema apenas para ver obras 3D ou com excesso de efeitos visuais, caso sejamos completamente convertidos à dublagem, como os espanhóis. Juntarei o dinheiro dos ingressos para comprar um home theater, uma TV de LCD e montar meu cinema em casa. =P
Por fim, eu acho muito complicada a questão da valorização do idioma Português. Faz sentido evitar a propagação de determinados termos, sobretudo quando ainda são novos. Mas é muito difícil evitar que, sobretudo termos relacionados à informática, entrem no nosso vocabulário cotidiano. A verdade é que seria muito mais simples para todos se o Inglês se tornasse o idioma único do mundo, hehehehe. Mas sou a favor do Esperanto, claro.


Assim concluo meu debate sobre dublagem. Não da forma como gostaria, mas eu não deixaria essa questão pendente. =] Tentarei fazer mais uma atualização esse ano, mas não prometo. Dia 29 meus parentes chegam e se vão lá pro dia 5. Só então devo publicar meu post com os números e os Tops do ano.
Enquanto isso, Feliz Natal e Excelente 2010 para todos!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Avatar

Após cerca de 80 dias sem uma única atualização, eis-me de volta, espero que pra ficar. Eu nem mereço a chance de me justificar, mas farei isso de toda forma: mudei de emprego e de residência. Enquanto mudei de emprego, fiquei auxiliando no meu emprego antigo todas as noites e finais de semana. Virei noite, trabalhei 30 horas em dois dias, etc. Resolvi um milhão de coisas para a mudança, desde aquisição de móveis a transferência de endereço da NET. E ainda falta outro tanto. Pois bem, apenas na última semana fui oficialmente desligado do meu emprego velho e, apesar do novo estar começando a exigir algumas horas adicionais, estou mais tranquilo para retomar o blog. Peço desculpas a todos que vieram aqui e se depararam com o mesmo post de sempre. =P

Estou devendo uma matéria sobre dublagem, que virá a seguir. Mas eu não podia esperar nem um segundo sequer para escrever sobre Avatar, filme que acabo de assistir. Há duas coisas fundamentais para se falar sobre a nova obra de James Cameron: uma diz respeito à parte técnica e outra à artística. Cameron passou 12 anos para lançar um filme, e uma boa parte desse período foi dedicada a desenvolver novas tecnologias para produzir esse longa que, segundo o diretor, estava em sua cabeça há muito tempo aguardando o desenvolvimento tecnológico necessário para ser transformado em realidade. Foi vendo o Gollum produzido pela WETA para O Senhor dos Anéis que Cameron teve certeza sobre a hora ter chegado. Não foi por acaso que a própria WETA realizou boa parte dos efeitos visuais da megaprodução.

Cameron e sua equipe desenvolveram três inovações:
1) Captura de movimento: se Peter Jackson e sua WETA elevaram o patamar dessa tecnologia a algo crível, e Robert Zemeckis (O Expresso Polar, Beowulf e Os Fantasmas de Scrooge) anda utilizando-a em animações, Cameron otimizou os softwares com base em um capacete com uma câmera acoplada, e não mais pontos específicos da face do ator. Ou seja, todas as expressões faciais são agora capturadas.
2) Cameron e Vince Page desenvolveram há alguns anos um sistema de filmagem em 3D estereoscópico, que vem sendo utilizado em alguns dos filmes 3D recentemente lançados, e que foi aqui mais uma vez aperfeiçoado, a tal ponto que somos presenteados com o melhor uso de 3D já visto.
3) Simulcam: não faço idéia de como ele conseguiu fazer algo assim, mas o que é filmado pela lente de James Cameron já aparece no monitor, em tempo real, totalmente digitalizado. Ou seja, os atores substituídos por suas contrapartes de computação gráfica e a tela verde substituída pelos cenários fantásticos de Pandora. Genial!


Sobre a parte artística, devo dizer que ela é toda competente. Os atores estão bons (que incrível ver Sigourney Weaver em um bom papel, depois de uma bomba atrás da outra), com destaque para Zoë Saldaña, perfeita como Neytiri, e até o mediano Sam Worthington desempenha muito bem o seu papel. O militar durão de Stephen Lang é um vilão típico, mas, apesar de levemente caricatural, adequado ao tom da obra. O roteiro de Cameron é bom, embora não exatamente inovador. Mas é bem desenvolvido, e competente ao criar drama e ação nos momentos exatos. Podemos ponderar sobre como será o final, mas o roteiro é capaz de nos fazer duvidar da possibilidade de alcançar o encerramento desejado pelos espectadores.

Mas há algo na obra de Cameron que, ao menos para mim, sobrepujou todo o desenvolvimento tecnológico e que me deixou desejoso por rever a obra: Pandora. O diretor do fenômeno Titanic concebeu com sua equipe o mundo mais verossímel da história do cinema! Não só as plantas e animais são criativos, como o povo Na'vi é... uma nação fantasticamente genial! A tal ponto que, ao sair do cinema, me peguei desejando que eu pudesse ter nascido naquele povo interconectado com a natureza.

Interessante que eu tinha desanimado do filme após ver algumas artes conceituais, ler a sinopse, conhecer o elenco e ver o trailer. Eu estava animado pela tecnologia, que eu sabia ser impactante. Mas eu não esperava nada tão lindo quanto os Na'vi. Fui pego tão de jeito que estou ouvindo a trilha sonora e mudei meu wallpaper para Neytiri, a melhor personagem do filme. =]

Importante ressaltar que vale muito a pena conferir o filme em 3D, e que é o primeiro filme em terceira dimensão a ser exibido com cópias legendadas (e com legenda amarela, woohoo!) no Brasil.

Recomendo fortemente!
Quero ver novamente! Quero que venha Avatar 2!
Candidato forte a melhor filme de 2009.

5 estrelas em 5


Outras resenhas:
Pablo Villaça, do Cinema em Cena
Érico Borgo, do Omelete
Acidzero, do Saindo da Matrix