quinta-feira, 30 de abril de 2009

Papo Rápido

É o último dia do mês e decidi preparar um post nessa noite de quinta, véspera de feriado. Ando com a mente dispersa e por isso não tenho comparecido neste local com a frequência que gostaria. Claro que o número de leitores é diminuto o suficiente para que praticamente ninguém sinta a falta dos posts, além de mim mesmo.
Não lembro se já disse isso aqui, mas diferente do meu fotolog, que tinha se tornado um espaço dedicado, sobretudo, aos outros (eu postava pelos comentários, não pelo prazer), este blog é dedicado a mim. Escrevo quando quero, quando sinto vontade, e sobre o que me der na telha.

Bem, o que tenho visto/lido de novo?

Pasmem, eu finalmente assisti Annie Hall (o título nacional é distante do filme, na minha opinião), a mais aclamada obra de Woody Allen. Claro, me falaram tanto do filme que minha expectativa era a mais alta possível. Eu o adorei, como não? Mas também não deverá aparecer no meu Top 10 do final do ano. De qualquer forma, Allen é genial, Diane Keaton é talentosíssima (é triste ver como ela desperdiçou muito de sua carreira promissora) e os diálogos do longa, como não poderiam deixar de ser, são virtuosos.

Também ando numa difícil jornada para tentar completar minha filmografia da Christina Ricci. Pretendo depois elaborar uma série de posts discutindo sua carreira em detalhes.

Sábado passado me deparei com o fabuloso Terra. O documentário é uma produção conjunta da Disney Nature (novo selo da Disney para esse tipo de filme), da BBC (talvez a maior produtora de documentários do mundo) e do Discovery Channel. A obra busca nos apresentar a um ano no Planeta Terra, acompanhando as agruras e proezas dos animais que aqui habitam. Lembra um documentário que passa no Discovery mesmo, mas com produção sublime (a trilha sonora é admirável) e, claro, a vantagem de ver tudo aquilo na telona. As imagens são... espetaculares! Destaque supremo para uma cena do início onde somos transportados a uma imensa quantidade de pássaros migrando pelo céu. A imagem é tão espetacular que encheu meus olhos d'água. Apenas lamento a terrível decisão do cinema de exibir uma cópia com a voz do narrador dublada, talvez visando atrair o público infantil. O original era narrado simplesmente por James Earl Jones, a inesquecível voz de Darth Vader. Uma espécie de Cid Moreira americano, hahahaha! "Que surpresas nos reserva para hoje, Mister M?"

Também ando vendo muitas séries. Acompanhei o final da terceira temporada de Heroes, passei a assistir Gossip Girl (que parece apenas fútil, mas consegue lhe pegar de jeito com alguns personagens brilhantes) e estou começando a ver a badalada A Sete Palmos. É curiosíssimo ver o Michael C. Hall - hoje conhecido como o Dexter do seriado homônimo - em outro papel, muuuuito diferente do seu atual. Mas o interessante é que desde 2001 até hoje ele só atua se for com cadáveres! =D

Nos quadrinhos, o destaque tem sido o início da mega-saga Invasão Secreta na Marvel. Começou bem, eu diria. Só em ser escrita pelo Bendis, promete ser melhor que Guerra Civil, essa escrita pelo Millar. Não que eu não goste do Mark Millar, mas ele é pura pancadaria. =P Excelente pancadaria, mas ainda pancadaria, hahahaha!

Na literatura, destaco o ótimo A História sem Fim, de Michael Ende. O livro originou os filmes, mas a verdade é que as adaptações não são exatamente fiéis, sabe? Bom, a obra original ganha muitos pontos pela criatividade. Eu sempre folheava o livro e me admirava por ver letras verdes e vermelhas. Acreditava ser mero apreço visual, mas apenas lendo fui capaz de descobrir a razão para essa dualidade de cores.


Bem, por hoje é só, pessoal. ^^ Ando pensando em algo para este espaço. Mas ainda não sei se vou seguir em frente com a idéia, estou amadurecendo. =)

Bom feriado para todos!

sábado, 18 de abril de 2009

Presságio e Einstein

No post de hoje vou falar de dois temas distintos: um filme e um livro.


O primeiro deles é o filme Presságio, dirigido por Alex Proyas (Cidade das Sombras e Eu, Robô) e estrelado por Nicolas Cage (Adaptação, Motoqueiro Fantasma, ...). Não há como falar muito do filme sem fazer spoilers, por isso meu comentário poderá parecer vago pra quem não assistiu, mas não revelarei nada.
O filme tem início em 1959, na inauguração de uma escola em Massachussetts. A escola faz um concurso entre os alunos em busca da idéia mais original para marcar a inauguração. Uma garotinha estranha e calada chamada Lucinda sugere a criação de uma cápsula do tempo. Para quem não sabe, dá-se esse nome a uma espécie de caixa onde colocamos itens da época e escondemos, de forma que em um futuro distante a caixa seja aberta e esses itens lembrem a época em que foi escondida.
Então a escola decide que cada aluno deve fazer um desenho de como acha que será o mundo em 50 anos. Esses desenhos seriam colocados na cápsula, que seria enterrada no jardim da escola e aberta em 50 anos. A estranha Lucinda escreve compulsivamente uma série aparentemente ilógica de números, para estranhamento de sua professora.
Em 2009, o filho do personagem de Nicolas Cage estuda na escola e, na cerimônia dos 50 anos, recebe o "desenho" feito por Lucinda. Nicolas Cage descobre por acaso que esses números contém (de uma forma que não vou revelar) previsões de grandes catástrofes mundiais. E as três últimas ainda não aconteceram. Quando tem a prova da primeira delas, o personagem se torna obcecado por tentar evitar as demais.
Visualmente a direção de Proyas é inspirada. A cena da primeira catástrofe, que não vou detalhar, impressiona pelo seu realismo. Me senti assistindo a uma matéria jornalística. Fiquei estarrecido pelo impacto da cena, que já faz valer o filme. Além disso, a direção se esforça para criar um clima de tensão constante, que me deixou apreensivo até o aparecimento dos créditos finais.
O segundo motivo para apreciar Presságio é a verdade por trás dos acontecimentos. Quando finalmente tudo se esclarece, o filme mudou de aspecto. Tornou-se brilhante ao propor algo que já foi discutido e sugerido por estudiosos do assunto (do qual não posso dar detalhes sem spoilers). Aliás, tenho inclusive um tio que sugeriu que algo exatamente igual aconteceria.
5 estrelas em 5


O segundo assunto do post é o livro Einstein: Os 100 Anos da Teoria da Relatividade, que terminei de ler essa semana. Trata-se de uma biografia do célebre físico, permeada por explicações científicas da evolução das teorias físicas. O livro é bem escrito, sendo acompanhado por artigos de famosos, desde Arthur C. Clarke (escritor de ficção científica mais conhecido por 2001: Uma Odisséia no Espaço) a Stephen Hawking (talvez o cientista mais famoso do nosso tempo).
Einstein foi, no mínimo, uma pessoa singular. Sem se deixar levar por estudos que pareciam completamente sólidos, Albert gostava de refletir sobre as verdades. Mas não se escusava de usar a Matemática para provar muitas de suas idéias. Em 1905, quando era um completo desconhecido, publicou 5 artigos: o menos influente deles serviu para que obtivesse um doutorado. Os mais influentes criaram a Teoria da Relatividade, a dualidade onda/partícula da luz, a famosa equação E=mc² (relação entre massa e energia) e o quanta, que originou a Física Quântica como a conhecemos (ou achamos que conhecemos). Inicialmente taxadas como absurdas, todas essas idéias foram aos poucos sendo comprovadas, se não totalmente ao menos parcialmente.
E Albert Einstein tornou-se uma celebridade. Não no mundo da Ciência, mas entre os cidadãos comuns. Por não ter medo de defender aquilo que acreditava, por jamais ter se deixado corromper por dinheiro ou fama, por ser simplesmente alguém que se questionava acerca das verdades. Eu o encaixo mais como um Filósofo que como um Cientista. Era um pensador, e visava a paz tanto quanto Gandhi.
Mas é importante ressaltar que ele não era santo. Seus relacionamentos pessoais foram todos sofridos porque ele não parecia ser capaz de amar indivíduos isolados, apenas a Humanidade como um todo. Foi casado duas vezes, teve inúmeras amantes, teve um péssimo relacionamento com seus filhos, etc. De qualquer forma, isso apenas demonstra que somos todos humanos, e, portanto, falhos.
Einstein foi um gênio, um dos maiores de todos. Um espécime raro, daqueles que batalham pelo progresso, mas se preocupando com os inocentes.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Alan Moore: Watchmen

Não é novidade pra ninguém que Alan Moore é um dos meus maiores ídolos e, na minha opinião, o maior expoente mundial no ramo dos quadrinhos. Com o lançamento do filme baseado na sua história Watchmen, decidi aos poucos realizar uma análise da carreira do mago barbudo (vejam abaixo duas fotos dele, uma mais antiga e uma recente). Para começar, a história pela qual ele provavelmente ainda vá ser citado daqui a 50 anos.





Watchmen é uma obra em 12 edições lançadas entre setembro de 1986 e outubro de 1987 nos Estados Unidos, roteirizada por Moore, desenhada por Dave Gibbons e colorida por John Higgins, publicada pela segunda maior editora de quadrinhos do mundo, a DC Comics (a dona do Superman, do Batman e da Mulher Maravilha =P). Na época, Moore já era um roteirista conhecido e elogiado, embora ainda não reverenciado. Foi Watchmen que o alçou à condição de grande criador, assim como Cavaleiro das Trevas fez o mesmo por Frank Miller e Sandman (já citado no blog) por Neil Gaiman. Mas Alan Moore definitivamente não pode ser comparado com nenhum outro artista do ramo. Ele fez para os quadrinhos o que Shakespeare fez para a Literatura Inglesa e Orson Welles fez para o cinema. Sim, Watchmen é extremamente comparada a Cidadão Kane. Não pela genialidade de sua história (e, sim, ela é brilhante), mas por redefinir completamente o gênero. O cinema antes de Cidadão Kane era um, depois se tornou outro. Os quadrinhos nunca mais foram os mesmos depois de Watchmen.

Watchmen é um quadrinho de super-heróis. Pois é, essa grande obra-prima é sobre super-heróis. Mas Alan se questiona sobre o que aconteceria de verdade no nosso mundo se os heróis existissem. Que impacto isso teria num país como os Estados Unidos? Como a polícia reagiria diante de pessoas mascaradas fazendo o seu trabalho? Como o governo se posicionaria perante tais criaturas fantásticas. A maior parte dos heróis de Watchmen é composta por pessoas comuns que se dedicaram a aperfeiçoar seu físico e combater o crime por trás de uma máscara. São seres comuns, repletos de coragem, mas com todas as falhas dos seres humanos (algo que, na época, praticamente nenhum herói de quadrinhos demonstrava ter). O único ser com algum poder anormal é o Dr. Manhattan, um físico que sofre um acidente e passa a ter superpoderes. Apenas um personagem ser super-humano é mais uma crítica de Moore ao fato de que um acidente assim é tão improvável que dificilmente aconteceria com mais de uma pessoa, enquanto nos quadrinhos de heróis convencionais todos ganharam seus poderes em acidentes e outras convenções do gênero.

Sem querer desmerecer Gibbons ou Higgins, as obras de Moore usualmente parecem independer de artistas. Aliás, imagino que ele seja um pouco frustrado por não ser um grande desenhista e poder fazer seus trabalhos sozinho. Ver um script de uma edição de Watchmen é impressionante. Moore por vezes usa uma página inteira para descrever um único quadrinho. Contudo, o mestre geralmente consegue criar uma conexão com seus desenhistas, fazê-los pensar, se adaptar ao seu estilo de trabalho e, apesar de não parecer, os dá um pouco de liberdade. Gibbons foi fundamental no aspecto criativo do visual da série e no fato desta ter sido tão importante para a Nona Arte. Cada quadro foi pensado como parte de um conjunto. Moore acrescentou inúmeras referências, e Gibbons conseguiu pôr as suas na arte. É praticamente impossível conseguir desvendar cada detalhe desta obra tão impressionante. O site The Annotated Watchmen faz uma tentativa louvável. Um exemplo de cuidado meticuloso com a série é um personagem do qual descobrimos a identidade secreta apenas em certo ponto da série, mas sempre que o mesmo aparece sem estar mascarado, demonstra ser canhoto, um fato que sua identidade mascarada também demonstra ser. Poucas pessoas reparam nesses detalhes, mas Moore faz questão deles.

Bem, não seria um post sobre Watchmen se eu não fizesse uma sinopse da história e apresentasse os principais personagens, correto? Pois bem, Watchmen se ambienta em Nova York, 1985, mas em um mundo onde inúmeros acontecimentos decorrentes da existência de super-heróis mudaram fatos marcantes da humanidade. Claro, os heróis comuns não tiveram tanta influência, mas o Dr. Manhattan sim. Como exemplo disso, ele foi enviado ao Vietnã e ganhou a guerra para os Estados Unidos. Essa vitória deu a Nixon autonomia para permanecer no poder por muitos anos, estando em seu quinto mandato quando do início da narrativa. O Dr. Manhattan ainda possibilitou a existência de carros elétricos sem maiores custos (hoje eles existem, mas são ainda muito caros), e os hidrantes das ruas foram substituídos por conectores para reabastecer a eletricidade dos veículos. Muitas coisas são diferentes no mundo, como o uso de dirigíveis como meio de transporte. A história da série remonta aos anos 40, quando surgiram os primeiros heróis e estes resolveram se reunir, formando os Minutemen (ou Homens-Minuto), um nome que remonta às milícias americanas na Guerra da Independência, que ganharam esse nome devido à sua capacidade de rápida reação aos ataques dos colonizadores ingleses. Entre os Minutemen estavam Hollis Mason, o Coruja; Sally Júpiter, a Espectral; e Eddie Blake, o Comediante. O Comediante logo deixa a equipe e a Espectral se aposenta para casar-se com seu empresário. Eis que nos anos 60 novos heróis surgem para substituir os antigos, e uma nova equipe tem início, os Watchmen (ou algo como Vigilantes), com o segundo Coruja (Dan Dreiberg), a segunda Espectral (Laurie, filha de Sally), o Comediante novamente, Ozymandias (Adrian Veidt), Rorschach (identidade desconhecida) e o Dr. Manhattan (originalmente o dr. Jon Osterman). Novamente a iniciativa não dura muito e nos anos 70 uma lei é aprovada proibindo heróis mascarados. O Comediante trabalha para o governo e continua fazendo isso. O Dr. Manhattan permanece oferecendo seus serviços como cientista. Ozymandias revelou sua identidade ao público e se aposentou antes mesmo da lei, e se torna um executivo bem-sucedido. O Coruja se aposenta, assim como a Espectral. Mas Rorschach continua atuando como herói, mesmo sendo fugitivo da polícia por fazer isso.
A narrativa tem início quando o Comediante é assassinado e, investigando o crime, Rorschach desconfia se tratar de um plano contra os mascarados. Dan Dreiberg é um apaixonado por aves que decidiu investir sua gorda herança na tecnologia necessária para se tornar um herói, construindo sua própria nave e equipamentos que lembram os do Batman. Laurie começou nessa carreira aos 15 anos, empurrada por sua mãe. Mas logo se apaixonou pelo Dr. Manhattan e vive com ele até o início da história. Veidt é considerado o homem mais inteligente do planeta, e traçou seu caminho como o de Alexandre, o Grande, buscando ser um empresário justo e sábio. Rorschach é uma figura sombria, atormentada e extremamente violento para com os criminosos. Certamente o personagem mais complexo da revista, seu nome tem origem no dr. Hermann Rorschach, que descobriu as manchas de tinta da máscara do personagem que, aplicadas em papéis/placas, são submetidas a pessoas e as interpretações que estas fazem das manchas geram uma análise psicológica de seus perfis. As manchas da máscara de Rorschach (explicadas nos quadrinhos) mudam de acordo com seu humor.

Bom, deixo abaixo algumas imagens dos quadrinhos. Watchmen é certamente uma das melhores histórias já escritas, com inúmeros significados e sub-plots, e nuances que só podem ser captadas após cinco leituras. Recomendo a todos que apreciem uma história de investigação, com toques de heroísmo, drama, romance, terror e suspense.



(O bottom do Comediante, uma das grandes marcas da história, e a mancha de sangue que depois é comparada com um relógio amarelo com ponteiros vermelhos)


(Rorschach)


(Os Minutemen)


(Os Watchmen, da esquerda para a direita: em cima o Dr. Manhattan e o Comediante; logo abaixo, a Espectral e Ozymandias; em seguida, o Capitão Metrópole - um herói dos anos 40 que tentou prosseguir, mas logo se aposentou - e o Coruja; e na parte de baixo, Rorschach)


Para finalizar, uma apresentação bem antiga de Bob Dylan com The Times They Are A-Changing, trilha-sonora do filme de Watchmen e que se encaixa perfeitamente à história.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Nana Songs

Meu anime favorito se chama Nana e conta a história de duas garotas chamadas Nana. Uma delas é vocalista de uma banda chamada Black Stones (ou Blast). Há uma outra banda na história chamada Trapnest, cuja vocalista se chama Reira. Para dar maior realismo, os produtores contrataram duas cantoras para representarem Nana e Reira. Nana é representada pela japonesa descendente de russos e americanos Anna Tsuchiya e Reira pela japonesa descendente de noruegueses e americanos Olivia. Este post não é sobre o anime, mas sim sobre suas músicas. Então, sem mais delongas, deixo abaixo alguns vídeos.



(Anna Tsuchiya cantando Rose, primeira abertura do anime, ao vivo)




(Anna Tsuchiya cantando Kuroi Namida acústico - belíssima!)




(clipe de Lucy, cantada por Anna Tsuchiya)




(clipe de A Little Pain, cantada por Olivia)




(clipe de Wish, cantada por Olivia)




(clipe do anime ao som de Starless Night, cantada por Olivia)




(primeira abertura do anime, ao som de Rose, da Anna Tsuchiya)