terça-feira, 31 de março de 2009

O Melhor da Disney - As Obras Completas de Carl Barks

Minha relação com Carl Barks começou na tenra infância, quando ele ainda era vivo. Um homem simples, de origem rural, conseguiu emprego como animador em desenhos da Disney. E após alguns anos nessa carreira, nos anos 40 surgiu a oportunidade dele trabalhar em casa. Como? Bolando e desenhando histórias para a revista Walt Disney Comics & Stories, que custava apenas 10 centavos de dólar na época. O protagonista deveria ser o Pato Donald, com aparições da Margarida e dos seus três sobrinhos (Huguinho, Zezinho e Luisinho) e de eventuais coadjuvantes, como a Vovó Donalda. Barks descobriu-se imensamente talentoso na criação de histórias cômicas de 10 páginas, sempre recorrendo aos temas: Donald pulando de emprego em emprego; sendo azarado perto do Gastão; disputando a Margarida com o Gastão; tendo que controlar as traquinagens dos três sobrinhos (e sua vontade de cabular aula); e, claro, brigando com o vizinho Silva. Já em meados dos anos 40 Barks estava estabelecido no mercado e suas revistas eram as mais vendidas do país.
E em 1947 ele adicionou a uma história do Donald um tio ranzinza e pão-duro que seus sobrinhos mal conheciam. Era a primeira aparição do Tio Patinhas, na super clássica história Natal nas Montanhas. Era um pato muito cruel e ainda com sua personalidade mal definida. Mas foi no ano seguinte que, com sua segunda aparição, ele começou a fazer sucesso. Se deu na clássica história O Segredo do Castelo, na qual Donald e os sobrinhos ajudam o tio a desvendar os mistérios do castelo de seus antepassados. Uma história repleta de suspense, horror e aventura, fugindo do tradicional padrão Disney.
Foi só em 1952 que Patinhas ganhou sua própria revista, dessa vez com histórias de cerca de 30 páginas, escritas e desenhadas por Barks. A maioria com participação de Donald e os sobrinhos. Inspirado nas revistas da National Geographic, Barks fez os patos viajarem mundo afora, buscando riquezas, desvendando mistérios e encarando aventuras. Barks também deu vida aos Escoteiros-Mirim, que eram uma nova faceta dos sobrinhos traquinas, agora dedicados e extremamente estudiosos. Esta faceta lhes seria muito útil nas aventuras com o tio rico, nas quais comumente salvaram o dia com o auxílio do indispensável Manual do Escoteiro-Mirim.
Barks criou ainda a Maga Patalógica, o Pão-Duro Mac Mônei, os Irmãos Metralha, dentre inúmeros outros coadjuvantes menores.

Com 3 anos eu tinha sido ensinado a ler pelo meu pai e ele me levou a uma banca de revistas e pediu que eu escolhesse algo. Não sabia o que estava fazendo, coitado. Hehehehe. Comecei aí e hoje, 23 anos depois, continuo adquirindo quadrinhos, numa coleção que, a essa altura, já deve ter passado das 1500. Mas então, fui descobrindo os patos da Disney, sobretudo o Tio Patinhas. Logo surgiu o desenho Ducktales, com inúmeras histórias que eu reconhecia das minhas revistas (mal sabia eu que se tratavam de histórias de Carl Barks) e com aqueles personagens que eu amava. Essa paixão durou alguns anos, depois acabei trocando a Disney por quadrinhos mais adultos, como os X-Men. Mas nunca deixei de apreciá-los. E eis que, há alguns anos, a Abril resolveu lançar toda a vasta bibliografia de Carl Barks, na ambiciosa obra que dá título a esse post. Claro, eu comprei as 41 edições divididas em 10 caixas, que adquiri durante cerca de 5 anos, com períodos de maior atividade e alguns de espera. São mais de 7000 páginas de quadrinhos. E hoje eu conheço toda a obra do mestre. Do maior fabricante de sonhos que o mundo já conheceu, responsável pela alegria da minha infância, e de tantas outras crianças. Eu sou quem sou graças a Carl Barks. Não é à toa que alguns anos depois virei fã de Indiana Jones (que possui inúmeras referência às histórias de Barks, do qual Spielberg e Lucas são fãs assumidos), e que sonhei durante muitos anos ser um arqueólogo, pois queria conhecer todas essas terras distantes citadas nas histórias e que permeavam os meus sonhos.

Bom, deixo-os com algumas fotos da minha coleção.





sábado, 28 de março de 2009

XVIII Encontro da Nova Consciência - Parte III

Antes de mais nada, quero pedir desculpas pela demora para concluir a série de posts sobre o Encontro da Nova Consciência. Fui a Recife para o casamento de dois amigos e quando cheguei tive dias bem corridos e enrolados. Mas cá estou eu! =D

Após o encontro de Esperanto, ainda na segunda-feira, cheguei atrasado à palestra sobre Fisiologia Transdimensional, com o médico e escritor espírita Décio Iandoli Júnior. O que vi da palestra me impressionou, pois a Medicina tradicional é respeitada, mas a Fisiologia Transdimensional esclarece muitos pontos. Os médicos tradicionais estão curando o problema, mas não a causa, que é psico-espiritual e está mais relacionada a energias que ao corpo. A teoria é completamente científica, tomando como base o modelo Tiller-Einstein do espaço/tempo positivo-negativo.


Na terça assisti à palestra Homossexualidade, Escola e Preconceito: A Construção Social das Diferenças, proferida pelo professor Adriano Barros. O tema estava bem em voga tendo em vista os preconceitos sofridos na cidade e a palestra foi interessante, mostrando que é possível formar mentes livres de preconceito.

Em seguida, presenciei a mesa redonda sobre Música Independente, Mídia Livre e Cultura Digital, com Ricardo Kelmer, Rômulo Azevedo e Alcides. Rômulo, um especialista em TV e cinema da cidade, falou sobre o mundo digital, sobre a transição das câmeras analógicas para digitais, sobre a pirataria, etc. Alcides falou sobre música independente, pequenas iniciativas e a cena musical de Campina Grande. Por fim, o figuraça Ricardo Kelmer falou de Mídia Livre, de como ter produção independente. Claro, se usou de exemplo e fez marketing de seu livro mais recente, "Vocês, Terráqueas". Os debates foram promissores, sobretudo acerca de pirataria.

Após a palestra, participei de um ritual xamânico muito curioso, com músicas, instrumentos, orações, etc., ocorrendo na praça em frente ao local do evento.

Após uma boa dose de comida japonesa, o encerramento do Encontro 2009 foi com a palestra Jesus e a Nova Consciência, do médico e espírita campinense Fernando Queiroga. Como sempre, Fernando articula bem seu raciocínio e nos conduziu a um encerramento à altura da história do evento.


O saldo final da minha participação foi muito positivo. Mesmo com a redução nas palestras, tive a sorte de assistir a algumas variadas e bem proferidas. Espero que o evento sobreviva, cresça e que eu possa frequentá-lo muitas outras vezes.


Para encerrar, deixo algumas fotos do evento, tiradas por mim.


(Após a Caminhada pela Paz)


(Símbolo do Projeto Semente Estelar)


(Ritual Xamânico)

sábado, 14 de março de 2009

XVIII Encontro da Nova Consciência - Parte II

Continuando minha narrativa do 18º Encontro da Nova Consciência (que outrora se chamava Encontro Para a Nova Consciência, mas teve sua grafia alterada por razões numerológicas, salve engano), tirei a manhã do domingo para descansar um pouco e fui ao evento apenas após o almoço. Domingo à tarde ocorre há vários anos a Caminhada pela Paz, seguida do Ato Ecumênico. A caminhada é sempre guiada ao som dos Hare Krishna, que animam os acompanhantes e é muito melhor do que correr atrás de um bloco de axé, hehehehe. E o Ato conta às vezes com participantes de até 15 religiões distintas. Cada um faz uma breve prece, cânticos são entoados e muita energia positiva circula pelo lugar.
Pois bem, o evento mudou de lugar esse ano (uma vez que o Teatro Municipal está em reformas) e, dessa forma, também mudou o percurso da caminhada. Mas nem por isso ela foi menos prazerosa. Acompanhei ao lado de um amigo o aquecimento dos Hare Krishna enquanto ensinavam à platéia seu tradicional mantra em vários ritmos distintos. Em seguida, acompanhados por um carro de som (uma pessoa segurava o microfone para um Hare Krishna ditar as músicas), fizemos um percurso relativamente curto, mas divertido, sempre acompanhando os mantras. A caminhada terminou na praça embaixo do novo viaduto da cidade, onde se reuniram representantes Hare Krishna, seguidores de Sai Baba, índias tradicionais, representantes do Santo Daime e wiccanos. Curiosamente, a única religião cristã presente este ano foi o Santo Daime. Não sei dizer porque, já que certamente vários espíritas se interessariam em comparecer, e eles sempre conseguiam um padre ou bispo e um pastor mais aberto. De qualquer forma, foi muito bom poder presenciar essa emanação de energia positiva.

Ainda no domingo, assisti parte de uma palestra entitulada O Caminho da Deusa - Jornada de Uma Peregrina pelos Caminhos de Santiago de Compostela, a narração de uma xamã matricial sobre sua jornada pelo caminho que Paulo Coelho tornou famoso no Brasil ao narrar sua própria jornada no livro O Diário de Um Mago. Duas coisas me chamaram a atenção na palestra: a xamã Maria Dáguia era uma branca convertida nas tradições indígenas por uma índia americana, não me recordo se era cherokee ou cheyenne; e ela alternava sua narração com momentos musicais, acompanhados de um instrumento que lembrava um pandeiro, mas sem os guizos, um pouco maior e tocado como um tambor, com a ajuda de uma baqueta (ou seja lá como se chamar). Ela mesma tocava o instrumento, e a primeira música foi especialmente bela, sem conter uma letra, apenas agudos vocais belissimamente harmônicos. Queria um cd! =P

Na segunda pela manhã presenciei a mesa redonda Uma Nova Consciência para o Semiárido (sem hífen na programação, não me perguntem se está de acordo com as novas regras =P). Adriana Lucena abriu a discussão apresentando os problemas do Semiárido, as possíveis soluções, a questão política que ronda o problema e nos apresentou a inúmeras espécies vegetais, inclusive algumas agregáveis à culinária. Em seguida, o professor Daniel Duarte fez uma palestra maravilhosa, uma verdadeira aula de didática. Entrecortando as discussões com trechos de poesias e de músicas nordestinas, a maioria de Luiz Gonzaga, o palestrante, que estava vestido completamente à caráter (de couro, bota e gibão), não deixou a platéia piscar. Exibiu inúmeras fotos de sua autoria mostrando como o Semiárido é belo e saí praticamente amando a região, hehehehe.

No início da tarde, conferi a palestra Radiestesia e Radiônica - Meios de Integração da Mente Universal, com o radiestesista profissional José Marcial, de São Paulo. De acordo com a Wikipédia: "Radiestesia é uma palavra composta por dois termos distintos: Radius, que vem do latim e significa radiação, e aisthesis, de origem grega e que significa sensibilidade, indicando assim a sensibilidade às radiações". Sabe aquele pedaço de galho em forma de Y que chamam forquilha e que serve para encontrar água em regiões secas? É um instrumento da radiestesia. Tudo no Universo emite energia, a radiestesia consiste em diferenciar os tipos de energia e fazer contato com elas. Exemplo: perdeu um objeto? É uma das mais bem-sucedidas práticas radiestesistas encontrar coisas perdidas (ou pessoas, já descobriram cativeiros de sequestros). Encontrar água, mineirais preciosos, e até mesmo descobrir com que tipos de alimentos seu organismo se dá bem. Importante: radiestesia não é ocultismo nem bruxaria. Todos têm essa capacidade, e a maioria pode desenvolvê-la sem muitos obstáculos. Apreciei bastante conhecer mais do assunto, acerca do qual eu tinha apenas uma vaga idéia, e mesmo assim sem saber como se chamava.

Saí apressado da palestra para conferir o Encontro de Esperanto, com uma palestra do renomado professor de Juiz de Fora José Passini, talvez a maior autoridade brasileira no idioma. Esperanto é a língua planejada mais falada do mundo, e sua principal meta é ser um idioma de fácil aprendizado, buscando ser o elo de ligação entre todos os povos. O Esperanto não quer substituir língua alguma, mas sim ser o meio de comunicação internacional. Aliás, eles abominam a idéia de algum país adotar o idioma como oficial, pois dessa forma perderia as suas características. Mesmo que estudemos Inglês por 10 anos, não falaremos como um nativo, de maneira alguma. Com o Esperanto, não há esse problema, porque a língua não tem donos. Ademais, o idioma parece ser realmente simples, utilizando características de várias línguas. Eu fiquei realmente tentado a fazer um curso ou estudar por conta própria. Eu poderia manter esse blog em Esperanto. =)


Bem, abaixo mais alguns folders de eventos passados (o último foi desse ano) e em breve a última parte da minha narração, repleta de fotos.







Abaixo alguns vídeos do evento desse ano, postados pela ONG:


(um panorama geral do evento. No início, a xamã da palestra e seu instrumento. Dá pra ver bem a feirinha esotérica e um trecho do show de Biliu de Campina - uma espécie de Adoniran Barbosa da cidade, hehehe)



(sobre o Esperanto, entrevista com José Passini)



(matéria da TV Itararé, representante local da Cultura)



(matéria da mesma emissora sobre a Caminhada pela Paz. Um sorvete para quem conseguir me achar no vídeo! XD)

terça-feira, 10 de março de 2009

XVIII Encontro da Nova Consciência - Parte I

Eu já expressei várias vezes (no meu antigo fotolog e há pouco tempo aqui no blog) o meu amor por este evento que ocorre em todos os carnavais na cidade de Campina Grande, na Paraíba (cerca de 120km de João Pessoa). Como residente da cidade e tendo uma mãe espiritualizada, fui levado ao evento algumas vezes na minha adolescência. Mas a vontade de desenvolver meu lado espiritual ainda não tinha surgido forte na minha vida, e, vejam só, o que me atraíu de verdade ao evento foi a sua expansão a áreas distintas da religião. Em 2000 eu aprendi a jogar RPG com alguns amigos e estava ansioso para jogar o famoso Vampiro: A Máscara, do qual tanto ouvia falar e pelo qual me interessava por ser apreciador dos livros vampirescos de Anne Rice (o mais famoso deles é Entrevista com o Vampiro, que deu origem ao filme de 1994 com Tom Cruise, Brad Pitt, Antonio Banderas e a então criança Kirsten Dunst). Eis que em 2001 surgiu na programação do evento o I Encontro de RPG. Um cara viria de fora da cidade para montar fichas de personagens pela manhã, jogar no espaço do evento à tarde e concluir tudo em um live action à noite! Um live action!!! Para os leigos, trata-se de uma partida de RPG encenada, normalmente com os jogadores vestidos à caráter e atuando como seus personagens. Eu e meus amigos ficamos deslumbrados e participamos desse evento.
Esse evento em especial me deixou recordações preciosas, por outras razões que não explicarei ou me alongarei em demasiado (mais do que já irei me alongar =P). No ano seguinte, recebi três amigos de Recife e fomos a algumas palestras com focos mais espirituais. E, aos poucos, passei a apreciar como nunca a pluralidade de temas abordados naquele evento, frequentando os mais espiritualistas, os mais fantásticos e os mais curiosos. Lembro de participar... do Encontro de Ateus e Agnósticos, do Encontro de Literatura Fantástica, do Encontro de Haikai, do Encontro de Pré-História Paraibana, do Encontro de Ex-Ufólogos, do Encontro de Anime, do já citado Encontro de RPG, e inúmeros outros. Além de acompanhar frequentemente as palestras do evento principal, mais voltadas a temas como a paz, o desenvolvimento da alma, a salvação do planeta, etc. E aí vi palestras de bispos, pastores, espíritas, monges budistas, hare-krishnas, membros do Santo Daime, seguidores de Sai Baba, wiccanos, ciganos, babalorixás, além de médicos, físicos, cientistas, escritores, astrólogos, tarólogos e mais uma porção de pessoas que eu certamente esqueci. Não posso deixar de citar as duas palestras que vi no evento (em 2001 e em... 2006 ou 2007, acho) do médium Divaldo Pereira Franco (tive o prazer de ver duas outras exposições suas, em outras oportunidades), o maior palestrante que já conheci. Quem não conhece, recomendo que vá a uma de suas palestras. Mesmo que não seja espírita, não creia em reencarnação, etc., dê uma chance a Divaldo e ele irá lhe conquistar. Vocês podem ficar de olho se ele vai à sua cidade no seu site oficial: http://www.divaldofranco.com/, na seção Agenda. Recomendo que ouçam sua maravilhosa palestra sobre o amor: http://www.youtube.com/watch?v=MKLgiEEsQwE. Há inúmeras outras em áudio no YouTube, e trechos em vídeo.

O Encontro foi fundado em 1992, aproveitando a mesma época na qual ocorria o MIEP, um encontro espírita, na cidade. Alguns anos depois surgiu o CRESCER, um evento católico. E a cidade começou a se tornar referência no assunto teológico. Surgiu então o Encontro da Consciência Cristã, evangélico. E até mesmo um outro evento protestante, organizado por outra Igreja. E o Amigos da Torá, judaico. Destes, apenas o MIEP sempre manteve uma relação agradável com a Nova Consciência, inclusive alguns dos palestrantes de um aproveitavam para palestrar no outro também. Há alguns anos, os membros da Consciência Cristã começaram a interferir no nosso evento. Apareciam nas proximidades do Teatro (onde anualmente ocorria o evento) para panfletar. Em outros anos, ofereciam água e se você aceitasse lhe puxavam para conversar sobre Jesus. Quero deixar claro que não tenho nada contra religião alguma. Pelo contrário, aprecio a diversidade de orientações espirituais, o que só prova que somos todos diferentes e fomos submetidos a diferentes situações, portanto nada mais normal que termos credos distintos. Também friso que creio em Jesus Cristo, só não sou exatamente adepto de uma religião específica, porque prefiro conhecer diversas opiniões, e formular a minha própria. Aliás, um dos mais ilustres e frequentes participantes do Encontro foi o falecido pastor presbiteriano Nehemias Marien, um homem fantástico.
Mas continuando a versar sobre a Consciência Cristã, em 2007 eles realizaram ataques de intolerância e homofobia. Agressão moral no Encontro de Homossexualidade. Agressão moral e praticamente física à babalorixá Sandra Iyá. Incendiaram latas nas escadas do Teatro, atrapalhando o evento, etc. Foi redigido um manifesto e inúmeros participantes do Encontro assinaram, para ser entregue às autoridades locais, buscando evitar novos atos de intolerância. A situação religiosa na cidade só piorou desde então. Todo tipo de manifestações contrárias ao evento foi realizado.
Também, há alguns anos o evento vem sofrendo de problemas orçamentários. Dependente do patrocínio governamental e municipal, a cada ano a verba chegava mais atrasada, os folders saíam mais tarde, a própria programação na Web mais em cima da hora. Este ano foi a gota d'água. A verba municipal foi dada à Consciência Cristã (o vice-prefeito é um protestante conhecido), mas inventaram um atraso no envio da documentação da Nova Consciência e não repassaram à ONG que cuida do evento. Pra piorar, a prometida verba estadual não veio porque o governador foi cassado na semana que antecedeu o carnaval e o novo cortou as verbas prometidas até que soubesse do que se tratava. Então, a maioria dos palestrantes de outras cidades teve que ser retirada às pressas da programação, por falta de verba para trazê-los e acomodá-los. A organização disse ter aprendido a lição e que já garantiu um patrocínio forte para 2010, que não vão mais depender de dinheiro público. Com tudo isso que vem acontecendo, muitas discussões têm sido feitas acerca de como podemos salvar o evento. Sugeriram até mesmo levá-lo para outra cidade mais receptiva. Mas todos têm fé de que podemos salvá-lo em Campina. Só espero que sobrevivamos à imensa concentração de pessoas contrárias à realização do Encontro.

Em meio a tudo isso, assisti à minha primeira palestra da décima-oitava edição. Tratava-se do Fórum sobre Identidade e foi mais um debate que uma palestra em si. Conduzido por um moderador, o professor de História da UFCG, o espírita mineiro José Otávio, apresentou um pouco sobre filosofia, história das religiões, história da intolerância, e a própria sobrevivência do evento participou do debate. Algumas das poucas pessoas na platéia expuseram suas opiniões e foi uma manhã de sábado bastante proveitosa.

No mesmo dia assisti à palestra Sócrates e o Combate: A Presunção da Verdade, proferida pelo professor de Filosofia da UFCG Oscar Lira. Realizando uma comparação entre pessoas que contestaram o modo de viver atual e foram mal-compreendidas pela sociedade, como Sócrates e também Jesus Cristo. Interessante é a frase de Sócrates: "Tudo sei é que nada sei". E assim, por admitir que nada sabia, ele demonstrava ser mais inteligente que as pessoas que pensavam saber algo, quando ninguém se aproximava das verdades. Dono de uma retórica excelente, o professor Oscar jamais deixou a platéia desanimar.

À noite, presenciei a uma palestra do astrólogo pernambucano Haroldo Barros, sobre Astrologia, Ciclos de Vida e Evolução. Como admirador da arte de observar o posicionamento dos astros no céu como indicativo do que pode nos suceder, apreciei em demasiado conhecer um pouco mais acerca de como os mapas astrais são feitos. Na astrologia, cada dia representa um ano. O que isso quer dizer? Que o posicionamento dos astros no céu nos 10 primeiros dias de vida de uma pessoa são um indicativo de seus 10 primeiros anos. Interessante também foi saber que o mapa astral de Barack Obama é extremamente similar aos de Abraham Lincoln e Franklin Roosevelt. E Obama deve ser cuidadoso, porque os outros dois não concluíram seu mandato. Sempre bem humorado, Haroldo conduziu a palestra com brilhantismo, chegando ao ponto de observar o mapa astral do Lula e de abrir o espaço para questionamentos da platéia. Se eu já me interessava por Astrologia, fiquei desejoso de estudar essa arte e fazer eu mesmo meu mapa astral.


Bem, abaixo há algumas imagens de antigos folders do evento, retiradas do site oficial. No próximo post continuarei narrando os melhores acontecimentos de minha passagem pelo XVIII Encontro da Nova Consciência.






Concluirei esta primeira parte do meu relato do evento de 2009 com um poema do supracitado Divaldo Franco. É um poema reencarnacionista, então os que não tiverem essa crença, estão livres para ler apenas caso desejarem conhecer uma belíssima oração.


Poema de Gratidão

Muito obrigado Senhor!
Muito obrigado pelo que me deste e pelo que me dás.
Pelo pão, pela vida, pelo ar, pela paz.

Muito obrigado pela beleza que os meus olhos vêem no altar da natureza.
Olhos que fitam o céu, a terra e o mar
Que acompanham a ave ligeira que corre fagueira pelo céu de anil
E se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil.

Muito obrigado Senhor!
Porque eu posso ver meu amor.
Mas diante da minha visão
Eu detecto cegos guiando na escuridão
que tropeçam na multidão
que choram na solidão.

Por eles eu oro e a ti imploro comiseração
porque eu sei que depois desta lida, na outra vida, eles também enxergarão!

Muito obrigado Senhor!
Pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro
A melodia do vento nos ramos do olmeiro
As lágrimas que vertem os olhos do mundo inteiro!

Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais, que se houve uma vez e ninguém a esquece nunca mais!
A voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro.
E a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro!

Pela minha alegria de ouvir, pelos surdos, eu te quero pedir
Porque eu sei
Que depois desta dor, no teu reino de amor, voltarão a sentir!

Obrigado pela minha voz
Mas também pela sua voz
Pela voz que canta
Que ama, que ensina, que alfabetiza,
Que trauteia uma canção
E que o Teu nome profere com sentida emoção!

Diante da minha melodia
Eu quero rogar pelos que sofrem de afazia.
Eles não cantam de noite, eles não falam de dia.
Oro por eles
Porque eu sei, que depois desta prova, na vida nova
Eles cantarão!

Obrigado Senhor!
Pelas minhas mãos
Mas também pelas mãos que aram
Que semeiam, que agasalham.
Mãos de ternura que libertam da amargura
Mãos que apertam mãos
De caridade, de solidariedade
Mãos dos adeuses
Que limpam feridas
Que enxugam lágrimas e dores sofridas!

Pelas mãos de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias!
Pelas mãos que atendem a velhice
A dor
O desamor!
Pelas mãos que no seio embalam o corpo de um filho alheio sem receio!
E pelos pés que me levam a andar, sem reclamar!

Obrigado Senhor!
Porque me posso movimentar.
Diante do meu corpo perfeito
Eu te quero rogar
Porque eu vejo na Terra
Aleijados, amputados, decepados, paralisados, que se não podem movimentar.

Eu oro por eles
Porque eu sei, que depois desta expiação
Na outra reencarnação
Eles também bailarão!

Obrigado por fim, pelo meu Lar.
É tão maravilhoso ter um lar!
Não é importante se este Lar é uma mansão, se é uma favela, uma tapera, um ninho, um grabato de dor, um bangalô, uma casa do caminho ou seja lá o que for.

Que dentro dele, exista a figura
do amor de mãe, ou de pai
De mulher ou de marido
De filho ou de irmão
A presença de um amigo
A companhia de um cão
Alguém que nos dê a mão!

Mas se eu a ninguém tiver para me amar
Nem um teto para me agasalhar,
nem uma cama para me deitar
Nem aí blasfemarei.
Pelo contrário, eu te direi

Obrigado Senhor!
Porque eu nasci!
Obrigado porque creio em ti
Pelo teu amor, obrigado senhor!


Divaldo Franco
(retirado do site
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080826074639AAa4HgR )

sábado, 7 de março de 2009

Férias

As férias acabaram, segunda o trabalho recomeça, e passei os últimos dias de liberdade sem Internet em casa, graças aos problemas da NET. Talvez tenha sido bom, afinal serviu como um descanso da rede também. =P

Bem, passei 19 dias no Nordeste do Brasil, mais especificamente em Campina Grande (e João Pessoa), na Paraíba, cidade famosa por seu São João e pelo clima agradável da Serra da Borborema. Eu residi de 10/07/90 a 24/07/07 nessa cidade e, portanto, deixei lá muitos amigos, que decidi visitar nas minhas férias. Houve outro motivo para a viagem, já citado aqui, e que será assunto do próximo post.

Foram dias agradáveis, nos quais comi muita pizza (e outras iguarias gostosas), conversei sobre muita coisa, revi pessoas queridas, tomei um rápido banho de mar (em minha breve passagem pela capital), fiz um concurso (horrível, aliás), matei um pouquinho a saudade dos meus amigos, vi muitos filmes e descansei pouquíssimo. Mas estou contente de ter empreendido a viagem. Aos que fizeram parte dessas férias, meus agradecimentos pela diversão! =) Meu único revés foi ter esquecido minha câmera em um ônibus e, assim, a perdido sem nem mesmo ter terminado de pagá-la. Felizmente, a maioria das fotos já estava no PC dos amigos e pude trazer de recordação.

Aliás, deixo-os com algumas.

Minha satisfação ao poder comer a incomparável Pizza Charge (e porque não uma Prestígio também?)


Desconfiado do crepe


Assistindo filme na casa dos amigos


Posando no Sesc Centro


O viaduto de Campina Grande, caro e desnecessário, mas não por isso menos bonito




Bom, no mais... não pude assistir à transmissão do Oscar, mas fiquei particularmente satisfeito com o resultado, apesar de, como era de se esperar, eu ter ficado em último no nosso bolão de vencedores da premiação (vencido pela Pati, parabéns!). Nada como ter Kate Winslet vencedora! E Slumdog Millionaire é um filme delicioso e fiquei também contente com o reconhecimento dessa mistura de ocidente com Bollywood e do trabalho do Danny Boyle. Também sorri pela vitória de Penn sobre Rourke pois, apesar de apreciar o trabalho de Mickey, as sutilezas da composição de Milk me parecem mais intensas, além do filme em si ser melhor aos meus olhos.

Bom, por hoje é só. No próximo post: o XVIII Encontro da Nova Consciência!

Deixo-os com uma lendária apresentação do grupo dinamarquês Aqua em 2001, sempre muito enérgico nos palcos, e que está de volta para uma turnê!