quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Tops 2009

No último ano, expliquei aqui o processo de elaboração dos meus tops, que não vou repetir. Acessem a matéria aqui para acompanhar a evolução dos números (O top de 2007 pode ser lido aqui). Este ano fiz uma loucura: resolvi anotar todas as revistas em quadrinhos que li, incluindo o número de páginas de cada uma destas. Sei que não é uma medida acurada do tempo gasto com a leitura, porque tudo depende da complexidade da arte, da quantidade de diálogos, etc.

Sem mais delongas, vamos aos números:

- Filmes: 100 (finalmente consegui voltar às 3 casas, mas ainda preciso melhorar esse índice), dos quais 56 no cinema (consegui igualar o número do ano passado, o que é espetacular). Dos 100, 95 foram inéditos, e destes 19 ganharam 5 estrelas na minha cotação, sendo 13 no cinema. Foram 2 documentários, 3 curtas com atores e 4 em animação e 4 exibições em 3D, sendo 2 delas de Avatar (as outras de Up, e Monstros vs Alienígenas). Meta para 2010: ver 130 filmes, 50 no cinema.
- Livros: 22 (melhorei um pouco, mas estou longe do ideal), sendo 21 inéditos e 5 ganharam 5 estrelas. Meta para 2010: ler 30 livros.
- Séries: se no ano passado eu vi 269 episódios, esse ano vi 341, de séries das mais variadas (ano passado 147 destes foram de Gilmore Girls). Meta para 2010: finalmente assistir a série Lost, completa.
- Quadrinhos: li 209 revistas, totalizando absurdas 29.406 páginas!!! Uau! Não esperava chegar a tanto. Meta para 2010: passar as 30.000, claro, hehehehe.

Fiz um gráfico mostrando a evolução dos números computados desde 2005. Vejam como antes eu lia praticamente a mesma quantidade de livros do que o número de vezes em que ia ao cinema. Agora o cinema vence por mais do que o dobro.

(evolução dos números ao longo dos anos)

Sem mais delongas, deixo-os com os tops do ano e alguns pequenos comentários sobre eles.


TOP Quadrinhos 2009

Menções Honrosas: Bleach, Thor e D.Gray-Man.
Bleach conta a história de um jovem que vê espíritos e se descobre possuidor de uma assombrosa quantidade de energia espiritual, tornando-se assim um shinigami, uma espécie de soldado do mundo espiritual, que combate os espíritos perdidos (ou hollows), que devoram outros espíritos. O mangá já está em uma fase avançada no Brasil, e merece a menção pelos personagens complexos e originais, pelas batalhas desafiadoras, pela tensão imposta pela narrativa e pelo carisma dos protagonistas.
Thor é publicado no Brasil na revista Os Novos Vingadores. Confesso que eu estava apreensivo com essa nova série do ótimo J. Michael Straczynski, pela decisão de levar Asgard para a Terra. Mas ele não desapontou. A arte de Olivier Coipel se adequa perfeitamente ao tom necessário para as histórias do deus nórdico. Thor renasceu após o Ragnarok, recriou um pedaço de Asgard na Terra, flutuando em cima de um deserto no meio dos EUA, e despertou os asgardianos pouco a pouco, aprisionados em corpos mortais. Além dessa mudança, Loki, seu meio-irmão pérfido, agora está em um corpo de mulher. Na última edição lançada no Brasil, finalmente descobrimos o porquê dessa mudança de gênero e... é tão impactante que já garantiria o lugar nesse top.
D.Gray-Man conta a história de exorcistas, guerreiros que são os portadores de um dom (a Innocence) e que lutam contra os akumas, a versão desse mangá para os hollows de Bleach. Apesar da premissa soar similar, a narrativa não poderia ser mais distinta. Essa série me impressiona fortemente pelo senso de urgência. É normal que mangakás gastem tempo desenvolvendo os personagens, depois entrem em longas sagas e só então surja um clímax que aproxima a série de seu encerramento. Pois D.Gray-Man parece prestes a chegar ao fim o tempo inteiro, e sei que ela ainda está sendo lançada no Japão, por isso anseio por continuar lendo.

5. X-Factor
Peter David vem fazendo um trabalho excelente em X-Factor e, apesar de ter caído um pouco nos últimos números, foi espetacular no início do ano, sobretudo na viagem ao futuro de Jamie Madrox e Layla Miller, a garota que sabe das coisas. Layla é para mim uma das personagens mais geniais dos últimos anos nos quadrinhos da Marvel. Sou completamente apaixonado por essa personalidade incrível. Já li alguns spoilers do que vem em 2010 para o X-Factor e Layla promete voltar com tudo!

4. Capitão América
Poucas tramas foram/são tão bem conduzidas quanto o Capitão de Ed Brubaker. Desde a primeira edição até a atual 45 (no Brasil), tudo parece ter sido planejado e sutilmente conduzido para um determinado ponto, que parece próximo. Tenho medo da qualidade cair caso a trama emaranhada chegue a um fim. Importante ressaltar: Bucky é um protagonista ainda melhor que Steve Rogers, embora não seja um Capitão América à sua altura. Mas o personagem é muito mais complexo, e Natasha Romanoff certamente é mais interessante como parceira que Sharon Carter (não que eu não goste dessa).

3. Hunter X Hunter
Guiado pelo sucesso de Yu Yu Hakusho, Yoshihiro Togashi criou uma série ainda superior para substituí-la. Hunter X Hunter conta a história, a princípio simples, de Gon, um garoto que sai pelo mundo em busca de seu pai. Aos poucos a trama vai evoluindo até chegar a um ápice que parece difícil de ser superado: os volumes ambientados no Greed Island, uma espécie de jogo criado pelo pai de Gon, no qual os jogadores são transportados para dentro dele. Em seguida teve início um novo arco, não tão promissor, sobre uma espécie de formiga que desenvolve suas crias com base nas presas. Essa se alimenta de humanos, então suas crias são do tamanho destes, e vão ficando mais e mais resistentes.

2. Honey & Clover
Apesar de apenas 4 volumes terem sido publicados desse mangá da Chika Umino, o título me conquistou de tal forma que não consigo aceitar a idéia dela vir a ser encerrada na edição 10. Centrada em 5 personagens igualmente brilhantes, todos universitários estudantes de arte, enquanto estes formam complicados triângulos amorosos, seguem o rumo de suas vidas e criam laços inquebráveis. Meu personagem favorito é Takemoto, e torço para que ele possa ficar com a Hagu no final, hehehe. ^____^ Decididamente, meu gênero favorito de quadrinhos é o adulto de relacionamentos, provado pelo favorito de todos os tempos Estranhos no Paraíso, por Honey & Clover e pelo vencedor desse ranking.

(os cinco estudantes protagonistas de Honey & Clover)

1. Nana
Nana, mangá criado pela japonesa Ai Yazawa, conta a história de duas garotas chamadas Nana: as personagens são tão complexas e bem estruturadas que torna-se até difícil resumi-las. Não vou falar muito dessa série que me emociona a cada volume, mas dou a dica: para quem prefere assistir, o anime é igualmente excelente (e vai até o volume 12 do mangá - uma segunda temporada está prometida para quando da conclusão da série em quadrinhos, atualmente no volume 21), e ainda conta com músicas contagiantes. Arrisco dizer que deve ocupar essa mesma posição em 2010, a não ser que algo bombástico ocorra em outra série para mudar tanto a minha opinião.

(Nana Komatsu e Nana Oosaki)


Top Séries 2009

Menções Honrosas: True Blood, The Big Bang Theory e Fringe.
True Blood merece estar aqui pelo ritmo alucinante imposto na série, cujos 12 capítulos por temporada se desenrolam em uma única sequência de acontecimentos que deixam o espectador com altos níveis de adrenalina e ansioso pela continuação. As duas temporadas são igualmente chocantes, e constroem um clima de tensão que só é aliviado no episódio final. Discordo de alguns pontos da mitologia vampírica proposta pela série, mas são detalhes mínimos perto da riqueza narrativa da série que tem os melhores cliffhangers.
Não sou exatamente apreciador de comédias, mas uma sitcom focada em nerds... é simplesmente imperdível! Os cinco personagens principais de The Big Bang Theory são ótimos, com destaque máximo, claro, para o Sheldon de Jim Parsons, uma figura absurdamente irritante, mas consistentemente tridimensional e bem composta. É simplesmente inaceitável que o ator ainda não tenha sido contemplado com prêmios por seu desempenho ímpar.
Fringe é uma série espetacular e que deveria estar ocupando a terceira posição desse Top, se não fosse por um grave problema: seu estilo “monstro da semana”. Entendo que seja mais simples conduzir séries episódicas, afinal reduzir a ligação entre os episódios reduz também os custos, e a necessidade de manter os coadjuvantes e os cenários sempre preparados. Contudo, a série peca ao seguir essa fórmula e se distanciar de algo realmente sequencial, como Dexter ou True Blood. Foi por essa razão que deixei de ver desenhos animados americanos, afinal cada capítulo era isolado, enquanto em boa parte dos japoneses há grandes sagas, com episódios conectados. Por essa razão também eu passei a ler quadrinhos da Marvel e larguei os Disney. A sensação de continuidade me conquistou. Fringe tem uma premissa genial e personagens extremamente criativos, mas o fato de ser episódica prejudica sutilmente o resultado final, já que eventualmente oferece episódios medianos.

3. Nodame Cantabile
Apesar de eu ter assistido em 2009 apenas os episódios finais da segunda temporada, esse anime conquistou a terceira posição do Top, graças à delicadeza de sua narrativa e aos deliciosos personagens principais. Ver Nodame ao piano é... indescritível! Falei um pouco sobre a primeira temporada aqui.

2. Dexter
A série mais consistente da atualidade conseguiu o que parecia impossível: em sua quarta temporada, foi ainda melhor do que nas três anteriores. Com a história do assassino Trinity, brilhantemente trazido à vida por John Litgow, o serial killer favorito de todos nós amadureceu, e concluiu um arco temático de maneira brutal e irreversível na última cena. E agora? Como os roteiristas poderiam superar essa magnífica temporada?

1. A Sete Palmos (Six Feet Under)
Pode não ser uma série atual, mas vi seus 63 excelentes episódios em 2009, e... uau! Que série! Não me lembro de ter visto uma reflexão tão adequada sobre vida e morte antes. Contando com um elenco simplesmente impecável, a história da família Fisher é carregada de drama, e cada episódio se inicia com uma morte em diferente estilo. Os dez minutos finais conseguem gerar uma apoteose ímpar para essa série estupenda. Recomendo!

(elenco da excepcional série da HBO)



Top Livros 2009

Menções Honrosas: Robinson Crusoe, É Fácil Matar, Sherlock Holmes - Volume I e Einstein: Os 100 Anos da Teoria da Relatividade.
Robinson Crusoe, de Daniel Dafoe, é um clássico extremamente copiado e adaptado. Eu conhecia a história por cima, mas me impressionei com a riqueza de detalhes. Tem tudo para ser um livro enfadonho, já que enfoca em boa parte do seu tempo as agruras do protagonista enquanto este está sozinho em uma ilha deserta (sim, se vocês lembraram de Tom Hanks em O Náufrago, saibam que não chega nem perto da solidão de Crusoe), contudo... não é. Fiquei fascinado com a criatividade do personagem para sobreviver em uma situação como essa (e me lembrei imediatamente de A Lagoa Azul em algumas passagens), e de como o livro foi relativamente original sobre o assunto quando de seu lançamento.
Após passar um ano sem livros da Agatha Christie, li É Fácil Matar em 2009. Não parece haver livros ruims da Dama do Crime. Esta é mais uma de suas histórias ambientadas em pitorescas cidadezinhas do interior da Inglaterra, sem o auxílio de Hercule Poirot para desvendar o mistério. Sinto que está chegando o momento de criar coragem para comprar seus livros avassaladoramente e começar a montar minha coleção completa desta maravilhosa autora. Hoje tenho apenas 6, mas devo ter lido por volta de 30. São mais de 80.
Já que falamos da Dama do Crime, como não falar de seu predecessor Sir Arthur Conan Doyle, que criou o célebre Sherlock Holmes. Se seus mistérios não se comparam em complexidade àqueles desvendados por Poirot e Miss Marple, o personagem lendário talvez seja mais bem construído que aqueles (apesar de eu preferir imensamente as maneiras e métodos do belga), e a tenacidade com que desvenda seus crimes simplesmente utilizando a lógica e um pouco de conhecimentos gerais... é impressionante. No primeiro de três volumes, são compiladas as obras Um Estudo em Vermelho, O Sinal dos Quatro e As Aventuras de Sherlock Holmes (este eu já havia lido, mas fiz questão de reler para seguir a continuidade).
Albert Einstein foi uma personalidade tão importante para o desenvolvimento da física contemporânea que talvez seja o cientista mais lembrado por aqueles não afeitos à área, o mais carismático de todos. O livro de Andrew Robinson, além de traçar um excelente perfil biográfico do alemão que redigiu a Teoria da Relatividade, faz um resumo objetivo, embora claro e completo, de suas descobertas científicas. Acompanhado de imagens da vida do físico e de artigos de nomes como Arthur C. Clarke e Stephen Hawking, vale a pena conhecer mais sobre a Personalidade do Século XX, de acordo com a revista Time.

5. A História sem Fim, de Michael Ende
Escrevi um pequeno comentário sobre o livro aqui.

4. Irmã do Meu Coração, de Chitra Divakaruni
Escrevi sobre Irmã do Meu Coração no segundo volume do jornalzinho A Toca do Lobo, que pode ser lido aqui.

3. O Castelo no Ar, de Diana Wynne Jones
Escrevi brevemente sobre O Castelo no Ar aqui.

2. House of Many Ways, de Diana Wynne Jones
Terceiro livro ambientado no mesmo universo diegético (veja os itens 3 e 1 do Top para descobrir quais são os outros 2), conta a história da garota Charmain Baker (sim, seu sobrenome é uma referência aos padeiros, a profissão de seu pai), uma jovem ávida por leitura que acaba tendo que cuidar da casa do Mago Real, um lugar com portas para os mais variados lugares (vem daí o título do livro). Conforme os fatos se desenrolam, Charmain conhece os personagens conhecidos dos fãs dO Castelo Animado e tem que desvendar um mistério sobre um Presente dos Elfos.

(capa do livro)

1. O Castelo Animado, de Diana Wynne Jones
Escrevi brevemente sobre O Castelo Animado aqui.
Acrescento que fiquei apaixonado pela literatura da Diana Wynne Jones, sobretudo pelos personagens cativantes e pelas histórias de fantasia, um de meus gêneros favoritos. Não é à toa que quatro dos 5 membros desse top sejam do gênero.

(Sophie e Howl, protagonistas de O Castelo Animado, na versão animada do Estúdio Ghibli)



Top Cinema 2009

Menções Honrosas: Presságio, Rebobine, Por Favor e Bolt.
Escrevi sobre Presságio aqui.
O trabalho de Michel Gondry como diretor e co-roteirista de Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças o credenciou para sempre na lista de diretores a se acompanhar. E dificilmente ele superará essa obra prima, importante frisar. Não sou muito fã de comédia, mas Jack Black ainda consegue me divertir, além de ser extremamente carismático. Assim, esperei um bom tempo pela estréia do filme Rebobine, Por Favor, de Gondry estrelado por Black. A premissa é interessante: Jerry (Black) apaga com um efeito magnético todos os VHS's da locadora do sr. Fletcher (Danny Glover). Assim, ele e Mike (Mos Def) precisam reencenar alguns longas para que a senhorita Falewicz (Mia Farrow) possa alugar. Eles criam o termo suecar para essa idéia, que se tornou uma febre Internet afora, fazendo mais sucesso que o próprio filme em si. Apesar de ter alguns problemas narrativos, as regravações hilárias de clássicos oitentistas valem o tempo do espectador.
Escrevi sobre Bolt aqui.

(Jack Black e Mos Def)

10. Harry Potter e O Enigma do Príncipe
Escrevi sobre Harry Potter no segundo volume do jornalzinho A Toca do Lobo, que pode ser lido aqui.

09. Terra
Escrevi um pouco sobre Terra aqui.

08. Up
Escrevi brevemente sobre Up aqui.

07. A Troca
Escrevi sobre o filme aqui.

06. O Leitor
Escrevi sobre o filme aqui.

05. Para Sempre Te Amarei
O título original, The Time Traveler's Wife, poderia perfeitamente ter sido traduzido como A Esposa do Viajante do Tempo. Contudo, provavelmente por receio de perder público feminino ao citar abertamente um conceito de ficção científica, os tradutores decidiram escolher esse título ridículo. A premissa é interessante o suficiente para gerar um clássico: um homem sofre de um distúrbio genético único: em determinados momentos de stress e tensão, ele se desloca pelo tempo, para o passado e o futuro (não distantes, normalmente em épocas do decorrer de sua vida), perdendo no processo suas roupas. Misture a essa idéia de ficção científica um romance com uma garota da qual ele acompanha várias etapas da vida, e temos um filme excelente para ser apreciado por nerds românticos, como é o meu caso. Se você não é nerd, você pode se perder na confusão causada pelos saltos temporais (minha mãe se perdeu um pouco =P) e se você não é romântico, definitivamente vai achar o filme enfadonho. Eric Bana está ótimo, como de costume, e a belíssima Rachel McAdams faz uma das personagens mais interessantes do ano, uma mulher perdidamente apaixonada, mas que não parece ter tido escolha para seguir esse rumo em sua vida. Quem vem primeiro? O ovo ou a galinha? Recomendo fortemente esse longa.

(cartaz do romance sci-fi)

04. Uma Prova de Amor
Escrevi brevemente sobre Uma Prova de Amor aqui.

(Sofia Vassilieva interpretando a leucêmica Kate)

03. Watchmen
Escrevi sobre Watchmen (quadrinhos e filme) aqui.

02. (500) Dias com Ela
Não sei como não escrevi sobre esse filme ainda. Ah, eu sei sim: culpa da correria dos empregos, mudança, etc. Tive a oportunidade de assisti-lo no Festival Internacional de Cinema de Brasília, apesar do mesmo também ter entrado em circuito nacional na mesma época. Tom (Joseph Gordon-Levitt), um arquiteto frustrado que trabalha escrevendo textos para cartões festivos, conhece Summer (a encantadora Zooey Deschanel), que consegue uma vaga como secretária na mesma empresa. Aos poucos os dois vão se envolvendo, e ela avisa que não acredita no amor, mas mesmo assim Tom não consegue evitar de se apaixonar, muito menos consegue evitar de sofrer quando ela o deixa (o filme se inicia com essa cena, por isso não é spoiler =P). Assim como Tom, não consegui deixar de me identificar fortemente com sua situação, já que eu consigo me imaginar passando por algo semelhante. Apesar de tudo, em nenhum momento temos raiva das atitudes de Summer, já que ela sempre foi sincera e que as justifica conforme o filme avança. Apesar do elenco de apoio não ser forte, a história de Tom e a forma como foi narrada pelo diretor Marc Webb me tocou o suficiente para conquistar o segundo lugar do Top.

(Summer e Tom)

01. Avatar
Escrevi sobre Avatar aqui.



Top Filmes Geral 2009

Menções Honrosas: Milk, Terra, Harry Potter e O Enigma do Príncipe e Um Ato de Liberdade.
Escrevi sobre Milk aqui.
Sobre Terra e Harry Potter, vide acima.
Escrevi sobre Um Ato de Liberdade aqui.

10. Up
Vide acima.

09. A Troca
Vide acima.

08. O Leitor
Vide acima.

07. Para Sempre Te Amarei
Vide acima.

06. Uma Prova de Amor
Vide acima.

05. Quem quer ser um Milionário?
Escrevi sobre o filme aqui.

04. Watchmen
Vide acima.

03. O Visitante
Escrevi sobre o filme aqui.

02. (500) Dias com Ela
Vide acima.

(Tom e Summer, o casal do ano)

01. Avatar
Precisa dizer algo? Vide acima. Avatar decididamente me cativou. Já revi o longa, e talvez ainda o veja mais uma vez daqui a algumas semanas. James Cameron conseguiu. Estou desesperado para: 1) Ver a continuação; 2) Morar em Pandora.

(A bela Neytiri)


Feliz 2010 a todos!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Dublagem

Sabe-se que o Brasil é um país completamente rendido aos estrangeirismos, nos neologismos do nosso idioma, em nossas atitudes, nosso modelo político, etc. Tudo nós copiamos, sobretudo dos americanos. Essa posição difere da maior parte dos países europeus, que nutrem verdadeira aversão pelos idiomas e culturas alheias, e valorizam a sua em demasia. Isso se reflete na cultura cinematográfica dos países: enquanto no Brasil há forte oposição a assistir filmes em idioma distinto do original, na Europa grande parte das produções é dublada na língua local.


Há alguns anos, e sobretudo em 2009, percebi uma maior presença dos filmes dublados nas salas brasileiras. Essa iniciativa faz parte de um conjunto grande de ações governamentais para valorizar a Língua Portuguesa, incluindo a proibição do uso de termos como "delivery", "express", "free" e etc. em estabelecimentos comerciais e na área publicitária, e passando até pela reforma ortográfica de nosso idioma.

Não só os cinemas, mas também a televisão está sendo afetada. A cada dia surgem mais canais ou sessões de filmes e de séries dubladas.


Meu interesse por esse assunto se intensificou quando recebi da minha amiga Denise uma edição da revista Filme B, que apresentava uma matéria sobre o acelerado crescimento da bilheteria das cópias dubladas. Ao refletir sobre o tema, concluí que há razões de ambas as partes: os que defendem a dublagem dos longas, e os que não gostam de assisti-los em idioma distinto do original. Assim, decidi elaborar um questionário e enviar para algumas pessoas. O resultado segue abaixo, seguido de meu parecer sobre este. Infelizmente, um amigo apaixonado por dublagem não teve tempo para enviar sua opinião.




1) Nome:
Denise do Egito, do Papo Calcinha

2) Mini-biografia:
Denise é jornalista e autora do blog Papo Calcinha

3) Prefere ver filmes legendados ou dublados?
Eu prefiro os filmes legendados pois gosto de conhecer a voz verdadeira dos atores, mas penso que os dublados permitem que o espectador aproveite bem mais o filme porque não precisa ficar correndo a vista para ler as legendas.

4) E séries?
Também.

5) Você acha que em filmes dublados o espectador presta mais atenção ao que está na tela, por não ter que acompanhar as legendas?
Sim, isso acontece comigo, principalmente em cinema com telas muito grandes como as dos multiplex. Em alguns momentos, chega a ser cansativo.Um filme como Vicky Cristina Barcelona, por exemplo, teria suas belas locações melhor aproveitadas pelo espectador.

6) Como você avalia a qualidade das dublagens brasileiras? Ruim, Regular, Boa, Ótima?
Boa

7) Você concorda com o movimento do governo brasileiro para valorização da Língua Portuguesa, que, além de incentivar a dublagem (como ocorre em boa parte dos países europeus, por exemplo a Espanha) dos filmes e das atrações televisivas, recomenda a abolição de palavras como "delivery", "express" e "free" na publicidade e no comércio?
Sim, concordo 100%. Acho um absurdo, por exemplo, os shoppings em época de liquidação estamparem nas vitrines das lojas a palavra SALE. Ora, escrevam liquidação, afinal, estamos no Brasil.

8) O trabalho vocal do ator é um dos aspectos de sua atuação. Assistindo filmes dublados, não estamos perdendo essa característica? Mesmo que o dublador seja melhor que o ator original, ainda assim o filme sendo assistido não será o mesmo que saiu da montagem, concorda?
Acho, sinceramente, que uma melhor visualização do que acontece na tela pode compensar uma possível perda do que você chama de trabalho vocal, que eu penso que deverá ser pequena.

9) Me parece que dentro de alguns anos vivenciaremos uma situação em que exibir filme legendado será como exibir filme europeu, uma atividade para poucos cinemas, apenas aqueles de arte. Você acha que esse é o rumo? Continuará indo ao cinema para ver longas dublados?
Bem, o Telecine criou um canal só de filmes dublados porque havia forte demanda, o que já se percebe também no público de cinema. Sendo assim, já observo uma tendência realmente. Jamais deixarei de assistir aos meus diretores preferidos como Woody Allen e Pedro Almodóvar, por exemplo, porque o filme deles está sendo falado em português.

10) Expresse de forma sucinta sua opinião acerca da ampliação do número de cópias dubladas nos cinemas brasileiros.
Os exibidores e distribuidores - a maioria estrangeiros - não jogam para perder. Se o número de cópias dubladas está aumentando no Brasil é porque o público de cinema está solicitando esse formato.



1) Nome:
Eudes Honorato, do Rapadura Açucarada

2) Mini-biografia:
Eudes é blogueiro desde que nasceu, mesmo que não soubesse disso. Quadrnho e cinema é sua alimentação.

3) Prefere ver filmes legendados ou dublados?
Legendados. Se for animação prefiro dublada.

4) E séries?
Legendadas.

5) Você acha que em filmes dublados o espectador presta mais atenção ao que está na tela, por não ter que acompanhar as legendas?
Sim, mas acho que não é uma boa justificativa para quem não gosta de filmes legendados. Parece desculpa esfarrapada.

6) Como você avalia a qualidade das dublagens brasileiras? Ruim, Regular, Boa, Ótima?
Depende do estúdio de dublagem, eu acho. No geral acho que é boa.

7) Você concorda com o movimento do governo brasileiro para valorização da Língua Portuguesa, que, além de incentivar a dublagem (como ocorre em boa parte dos países europeus, por exemplo a Espanha) dos filmes e das atrações televisivas, recomenda a abolição de palavras como "delivery", "express" e "free" na publicidade e no comércio?
Eu nem sabia que existia um movimento pra isso. Acho que sempre absorvemos palavras de outras línguas, não será agora, principalmente com a internet aí, que vamos mudar isso. Acho que só não pode haver exageros, tem gente que fala season em vez de temporada e isso é irritante.

8) O trabalho vocal do ator é um dos aspectos de sua atuação. Assistindo filmes dublados, não estamos perdendo essa característica? Mesmo que o dublador seja melhor que o ator original, ainda assim o filme sendo assistido não será o mesmo que saiu da montagem, concorda?
Sim, perde. Isso é meio óbvio. Mas cabe a cada um escolher se acha que isso é essencial ou não. Por isso gosto dos DVDs com as duas opções. Já assisti filmes dos dois modos, devido a essa comodidade. Não para comparar, mas para me divertir.

9) Me parece que dentro de alguns anos vivenciaremos uma situação em que exibir filme legendado será como exibir filme europeu, uma atividade para poucos cinemas, apenas aqueles de arte. Você acha que esse é o rumo? Continuará indo ao cinema para ver longas dublados?
Eu acho que se isso acontecer, vai haver uma perda de público, por isso não creio que haverá essa mudança tão drástica. Acho que filmes mais pipocas pode até ser que venham a ter prioridades os dublados, mas ainda acho que haverá publico para legendado.

10) Expresse de forma sucinta sua opinião acerca da ampliação do número de cópias dubladas nos cinemas brasileiros.
Atraso de vida.



1) Nome:
Gilvan Soares, do Papos Pops

2) Mini-biografia:
Sou um sujeito normal (acho) que ama cultura pop.

3) Prefere ver filmes legendados ou dublados?
Normalmente prefiro legendados, mas quando as dublagens são bem feitas (de preferência quando os atores acabam ficando com as vozes com as quais já me habituei para cada um) aí não vejo lá muito problema.

4) E séries?
Acho que vai pelo mesmo caminho que a resposta anterior. O que importa é a coisa funcionar de uma maneira atrativa. Não sei como seria o Sheldon (Jim Parsons, de The Big Bang Theory) na dublagem tupiniquim (adooooro o original), mas amo as "vozes brasileiras" de Chandler e cia. no seriado Friends, por exemplo.

5) Você acha que em filmes dublados o espectador presta mais atenção ao que está na tela, por não ter que acompanhar as legendas?
Depende do filme. Se a montagem for muito frenética, cheia de cortes ou o longa contar com muitas tomadas de efeitos visuais, etc... aí eu até acho que estes fatores podem ser vistos de uma maneira melhor na versão dublada, contanto que a qualidade da dublagem seja boa (de modo que os efeitos sonoros não atrapalhem), vale ressaltar.

6) Como você avalia a qualidade das dublagens brasileiras? Ruim, Regular, Boa, Ótima?
No geral de boa pra ótima, já é de longa data que eu sei que o Brasil tem uma das melhores dublagens do mundo. Dá pra notar de longe. No entanto, é claro que há exceções... e quando elas aparecem... ai, ai... ~_~

7) Você concorda com o movimento do governo brasileiro para valorização da Língua Portuguesa, que, além de incentivar a dublagem (como ocorre em boa parte dos países europeus, por exemplo a Espanha) dos filmes e das atrações televisivas, recomenda a abolição de palavras como "delivery", "express" e "free" na publicidade e no comércio?
Acho que essa estória da valorização da Língua Portuguesa é balela. O que eu entendo é que num país onde o índice de analfabetismo ainda é um tanto alto, a idéia de dublagem total é justificada no intuito de propagar a sétima arte para aqueles que de outra forma não teriam acesso a mesma, se é que me entende...

8) O trabalho vocal do ator é um dos aspectos de sua atuação. Assistindo filmes dublados, não estamos perdendo essa característica? Mesmo que o dublador seja melhor que o ator original, ainda assim o filme sendo assistido não será o mesmo que saiu da montagem, concorda?
Não vejo muito problema nisso, ainda mais porque tudo acaba saindo em DVD mesmo e lá vc tem as opções de ver original ou não. É só escolher.

9) Me parece que dentro de alguns anos vivenciaremos uma situação em que exibir filme legendado será como exibir filme europeu, uma atividade para poucos cinemas, apenas aqueles de arte. Você acha que esse é o rumo? Continuará indo ao cinema para ver longas dublados?
Por enquanto ainda ando resistindo um pouco. Ainda essa semana deixei de ver um filme legendado porque minha namorada esqueceu os óculos. Ela sugeriu que víssemos um outro dublado e eu acabei recusando. Resultado: fomos ao cinema, mas não vimos filme algum.

10) Expresse de forma sucinta sua opinião acerca da ampliação do número de cópias dubladas nos cinemas brasileiros.
Odeio essas coisas de "Expresse de forma sucinta"... me lembra umas provas chatas que eu fazia antigamente, mas isso não vem ao caso. Sobre a ampliação de cópias dubladas eu acho uma idéia válida, não tanto para mim, mas sim para os outros. O que eu quero é ter a opção de escolher.






Bem, agradeço aos três amigos que colaboraram com a pesquisa, que não tem o mesmo valor que poderia se tivesse a opinião do amigo apaixonado por dublagem. Infelizmente não foi dessa vez. As opiniões foram interessantes, eu buscarei fazer uma análise imparcial e, em seguida, dar minha opinião parcial mesmo. =P


Vendo imparcialmente, o que interessa para todos no capitalismo é o dinheiro. Se aumenta a demanda por filmes dublados, obviamente aumenta a oferta destes, seja na televisão ou no cinema. Houve uma época em que o cinema era bem menos difundido no Brasil, e a TV a cabo nem se fala. Nesse período, todos nos acostumamos a ver produções dubladas na televisão. Inclusive, muitos não gostam de assistir aos seus programas preferidos dessa época com áudio original. Saiu há pouco um novo Indiana Jones. Boa parte dos fãs da dublagem clássica exibida na Globo nos anos 80 e 90 não se interessou em assistir ao novo filme legendado. Também ocorreu algo parecido com os admiradores do desenho Os Cavaleiros do Zodíaco, clássico dos anos 90 no Brasil. Ao surgir uma nova série, todos se decepcionaram com a mudança de dubladores.
Com base nesse ponto de vista, acredito ser natural o crescimento das sessões dubladas no cinema, fato que talvez não tenha acontecido previamente devido ao alto custo do processo de dublagem. Também concordo que ter que ler as legendas, sobretudo para a maior parte do público, pode prejudicar o entendimento do filme. Alguns longas dependem de detalhes para serem bem compreendidos (como os de David Lynch, para citar um exemplo surreal - não que seja possível compreendê-los, mas deu para entender o meu ponto de vista. =P), e ler a legenda pode, como citado nas entrevistas, atrapalhar o entendimento do filme, o que talvez seja pior do que modificar o desempenho vocal do ator.


Agora minha opinião pessoal... eu tenho verdadeira ojeriza por dublagem, infelizmente. Há muito tempo que praticamente deixei de assistir a filmes e séries na TV aberta, e canais como TNT, FOX e o Telecine Pipoca me são completamente inúteis (correção: a TNT é útil por transmitir as premiações, hehehehe). Mas é importante citar um detalhe: além de ser um leitor veloz, cada vez preciso menos ler as legendas, conforme vou ajustando meu ouvido para o inglês (exceção óbvia para todos os filmes de outras nacionalidades, claro). Assim, busco perder menos detalhes. Também gosto de me sentar da metade para trás do cinema, o que me permite ter um maior domínio da imagem, apesar de prejudicar a imersão no universo diegético da obra.
Mas independente disso, não curto dublagem. E mesmo todos os clássicos que assisti na Sessão da Tarde nos anos 80, com as vozes familiares, eu hoje prefiro ver com o áudio original. Isso inclui desenhos animados. Infelizmente, não há no Brasil a compreensão de que adulto também pode gostar de animação, e praticamente 100% dos desenhos são exibidos apenas com cópias dubladas. Mas, apenas para exemplificar, qual é a graça de ver Shrek sem o sotaque espanhol de Antonio Banderas ao dublar o excelente Gato de Botas?
Depois que me acostumo com a voz do ator então... é impossível me divertir da mesma forma com outra voz no lugar da original. Irei ao cinema apenas para ver obras 3D ou com excesso de efeitos visuais, caso sejamos completamente convertidos à dublagem, como os espanhóis. Juntarei o dinheiro dos ingressos para comprar um home theater, uma TV de LCD e montar meu cinema em casa. =P
Por fim, eu acho muito complicada a questão da valorização do idioma Português. Faz sentido evitar a propagação de determinados termos, sobretudo quando ainda são novos. Mas é muito difícil evitar que, sobretudo termos relacionados à informática, entrem no nosso vocabulário cotidiano. A verdade é que seria muito mais simples para todos se o Inglês se tornasse o idioma único do mundo, hehehehe. Mas sou a favor do Esperanto, claro.


Assim concluo meu debate sobre dublagem. Não da forma como gostaria, mas eu não deixaria essa questão pendente. =] Tentarei fazer mais uma atualização esse ano, mas não prometo. Dia 29 meus parentes chegam e se vão lá pro dia 5. Só então devo publicar meu post com os números e os Tops do ano.
Enquanto isso, Feliz Natal e Excelente 2010 para todos!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Avatar

Após cerca de 80 dias sem uma única atualização, eis-me de volta, espero que pra ficar. Eu nem mereço a chance de me justificar, mas farei isso de toda forma: mudei de emprego e de residência. Enquanto mudei de emprego, fiquei auxiliando no meu emprego antigo todas as noites e finais de semana. Virei noite, trabalhei 30 horas em dois dias, etc. Resolvi um milhão de coisas para a mudança, desde aquisição de móveis a transferência de endereço da NET. E ainda falta outro tanto. Pois bem, apenas na última semana fui oficialmente desligado do meu emprego velho e, apesar do novo estar começando a exigir algumas horas adicionais, estou mais tranquilo para retomar o blog. Peço desculpas a todos que vieram aqui e se depararam com o mesmo post de sempre. =P

Estou devendo uma matéria sobre dublagem, que virá a seguir. Mas eu não podia esperar nem um segundo sequer para escrever sobre Avatar, filme que acabo de assistir. Há duas coisas fundamentais para se falar sobre a nova obra de James Cameron: uma diz respeito à parte técnica e outra à artística. Cameron passou 12 anos para lançar um filme, e uma boa parte desse período foi dedicada a desenvolver novas tecnologias para produzir esse longa que, segundo o diretor, estava em sua cabeça há muito tempo aguardando o desenvolvimento tecnológico necessário para ser transformado em realidade. Foi vendo o Gollum produzido pela WETA para O Senhor dos Anéis que Cameron teve certeza sobre a hora ter chegado. Não foi por acaso que a própria WETA realizou boa parte dos efeitos visuais da megaprodução.

Cameron e sua equipe desenvolveram três inovações:
1) Captura de movimento: se Peter Jackson e sua WETA elevaram o patamar dessa tecnologia a algo crível, e Robert Zemeckis (O Expresso Polar, Beowulf e Os Fantasmas de Scrooge) anda utilizando-a em animações, Cameron otimizou os softwares com base em um capacete com uma câmera acoplada, e não mais pontos específicos da face do ator. Ou seja, todas as expressões faciais são agora capturadas.
2) Cameron e Vince Page desenvolveram há alguns anos um sistema de filmagem em 3D estereoscópico, que vem sendo utilizado em alguns dos filmes 3D recentemente lançados, e que foi aqui mais uma vez aperfeiçoado, a tal ponto que somos presenteados com o melhor uso de 3D já visto.
3) Simulcam: não faço idéia de como ele conseguiu fazer algo assim, mas o que é filmado pela lente de James Cameron já aparece no monitor, em tempo real, totalmente digitalizado. Ou seja, os atores substituídos por suas contrapartes de computação gráfica e a tela verde substituída pelos cenários fantásticos de Pandora. Genial!


Sobre a parte artística, devo dizer que ela é toda competente. Os atores estão bons (que incrível ver Sigourney Weaver em um bom papel, depois de uma bomba atrás da outra), com destaque para Zoë Saldaña, perfeita como Neytiri, e até o mediano Sam Worthington desempenha muito bem o seu papel. O militar durão de Stephen Lang é um vilão típico, mas, apesar de levemente caricatural, adequado ao tom da obra. O roteiro de Cameron é bom, embora não exatamente inovador. Mas é bem desenvolvido, e competente ao criar drama e ação nos momentos exatos. Podemos ponderar sobre como será o final, mas o roteiro é capaz de nos fazer duvidar da possibilidade de alcançar o encerramento desejado pelos espectadores.

Mas há algo na obra de Cameron que, ao menos para mim, sobrepujou todo o desenvolvimento tecnológico e que me deixou desejoso por rever a obra: Pandora. O diretor do fenômeno Titanic concebeu com sua equipe o mundo mais verossímel da história do cinema! Não só as plantas e animais são criativos, como o povo Na'vi é... uma nação fantasticamente genial! A tal ponto que, ao sair do cinema, me peguei desejando que eu pudesse ter nascido naquele povo interconectado com a natureza.

Interessante que eu tinha desanimado do filme após ver algumas artes conceituais, ler a sinopse, conhecer o elenco e ver o trailer. Eu estava animado pela tecnologia, que eu sabia ser impactante. Mas eu não esperava nada tão lindo quanto os Na'vi. Fui pego tão de jeito que estou ouvindo a trilha sonora e mudei meu wallpaper para Neytiri, a melhor personagem do filme. =]

Importante ressaltar que vale muito a pena conferir o filme em 3D, e que é o primeiro filme em terceira dimensão a ser exibido com cópias legendadas (e com legenda amarela, woohoo!) no Brasil.

Recomendo fortemente!
Quero ver novamente! Quero que venha Avatar 2!
Candidato forte a melhor filme de 2009.

5 estrelas em 5


Outras resenhas:
Pablo Villaça, do Cinema em Cena
Érico Borgo, do Omelete
Acidzero, do Saindo da Matrix

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Setembro na Cultura Pop

O Na Toca do Lobo deixou de existir, mas eu não deixei de ler/assistir às minhas coisinhas. Não terei tempo de escrever longos reviews, como vinha fazendo, mas não custa citar umas coisas, não é? =D


Literatura

1) Crônicas de um Samurai na Era Meiji Vols. I e II, de Nobuhiro Watsuki e Kaoru Shizuka: algumas aventuras de Kenshin Himura (o Samurai X do desenho que passou na Globo há vários anos, e cujo mangá foi lançado no Brasil pela JBC) escritas em prosa. Divertido, ótimos personagens e curiosidades sobre o Japão feudal.
3 estrelas em 5 para ambos

2) O Castelo Animado, da Diana Wynne Jones: obra inglesa que inspirou Hayao Miyazaki, o grande diretor do Estúdio Ghibli, a realizar a animação homônima. O filme é o meu predileto do estúdio, e o livro consegue ser ainda melhor. Mais rico de detalhes, com algumas mudanças sutis e outras radicais com relação à versão cinematográfica, o livro é delicioso e suas páginas voaram pelas minhas mãos. O estilo de Jones não é o ápice da Literatura pós-contemporânea, mas ela é hábil para contar histórias e desenvolver os personagens.
5 estrelas em 5

3) O Castelo no Ar, da Diana Wynne Jones: ambientado no mesmo universo concebido para O Castelo Animado, e com algumas sutis fusões com a obra anterior, conta uma história que poderia ter saído dAs Mil e Uma Noites, com direito a tapetes voadores, gênios em lâmpada, e filhas de sultões em perigo. A narrativa é tão promissora quanto a do seu predecessor, embora o estilo da história seja bem distinto, apesar de não fugir do gênero aventuresco.
5 estrelas em 5



Cinema e Vídeo

1) Up: mais uma obra-prima da Pixar. História excelente e comovente, personagens edificantes, técnica impecável. Pude conferir em 3D e o uso do recurso é tão natural que esquecemos os óculos e logo nos acostumamos à experiência, como se sempre tivéssemos assistido filmes dessa maneira. As cores e a trilha sonora são destaques, juntamente com a belíssima, tocante e inesquecível cena inicial, que narra a história do protagonista, uma das melhores sequências da história do estúdio, líder mundial em qualidade de animação 3D (falo de qualidade cinematográfica, não apenas visual) e atrás apenas do Ghibli quando comparado com estúdios 2D.
5 estrelas em 5

2) Geração X: documentário que narra a história dos X-Men nos quadrinhos, de sua origem conturbada nas mãos de Stan Lee e Jack Kirby, até a ascensão com Chris Claremont. Conta com muitas entrevistas, incluindo o fenomenal John Cassaday, que fala sobre seu trabalho na revista Astonishing X-Men. A condução do filme é irregular, mas para quem gosta dos personagens ou quer conhecer um pouco mais sobre eles, vale a pena.
3 estrelas em 5

3) Uma Prova de Amor: Abigail Breslin é decididamente uma das mais promissoras estrelas-mirim de todos os tempos. O mais importante: ela não é apenas uma garotinha que sabe chorar ou que tem uma cara triste, como tantos. Não, sua atuação é sutil e seus personagens são compostos de maneira extremamente realista. Aqui ela é uma garota que nasceu de proveta, com os genes ideais para salvar a vida de sua irmã mais velha, que foi diagnosticada ainda muito criança com um tipo raro e praticamente incurável de leucemia. Contudo, quando sua adolescência chega, a personagem decide que quer optar por doar ou não seus órgãos e sua medula para a irmã. Contando com uma ótima atuação do cada vez melhor Alec Baldwyn como um advogado, desempenhos bons de Cameron Diaz e Jason Patric como os pais dos garotos e de Evan Ellingson como o irmão mais velho, o elenco fecha incrivelmente com Sofia Vassilieva interpretando a leucêmica Kate. É uma obra excelente e profundamente tocante. Me fez chorar durante boa parte da projeção e saí da sala emocionalmente desgastado. Recomendo!
5 estrelas em 5

4) Tudo Acontece em Elizabethown: Cameron Crowe é meu ídolo por ter feito Quase Famosos, um de meus filmes prediletos. Assim, desde o lançamento que desejo assistir a seu novo trabalho, mas só agora tive a oportunidade. A história fica muito aquém do longa de 2000, mas o estilo de Crowe está lá: músicas gostosas na trilha sonora, sequências que se assemelham a clipes musicais, cenas envolventes e personagens curiosos. Orlando Bloom, ator limitado, não desaponta. E Kirsten Dunst compõe uma personagem doce e divertida. O diretor e escritor tem idéias que valem conferir, como uma longa conversa mantida pelos personagens via celular (sabendo que o discador estava em deslocamento, imagino que tenha sido um recorde de ligação mais cara da história =P), que termina de maneira mágica. É impressionante como uma simples conversa pode gerar tanta identificação. Mas a trama não se desenrola tão satisfatoriamente, perdendo muito tempo em Elizabethown e desperdiçando o que poderia ter sido um excelente road movie.
4 estrelas em 5

5) Jovens, Loucos e Rebeldes: um dos primeiros trabalhos de Richard Linklater, filme sobre a juventude do final dos anos 70. Sexo, drogas, rock & roll e diálogos divertidos conduzem essa trama descompromissada. Divertido. O ator Adam Goldberg está ótimo.
4 estrelas em 5



TV

1) Primeira temporada de Fringe: mais uma excelente série que começo a acompanhar. Fringe Science (algo como Ciência de Borda) é tudo aquilo que não queremos acreditar, mas que pode existir no fundo, como teleporte, telepatia, telecinese, pirocinese, criogenia, etc. A agente do FBI Olivia Dunham é designada para conduzir investigações nessa área, contando com a colaboração do dr. Walter Bishop (um John Noble espetacular, comprovando que tem talento para interpretar loucos - ele era o Regente de Gondor e pai de Boromir em O Senhor dos Anéis), o maior especialista da área, mas que foi diagnosticado como louco e está há 17 anos em um hospital psiquiátrico, e de seu filho Peter Bishop (interpretado por Joshua Jackson - estou completamente chocado com a ótima performance do ator, que conseguiu fugir do estigma de ator de filmes de terror teen que lhe perseguiu após seu trabalho como o ótimo Pacey, de Dawson's Creek). A série é ótima, apesar de ter capítulos mornos.
4 estrelas em 5

2) Fringe 2.01: início de temporada simplesmente espetacular. Um dos melhores, ever! Elevou o patamar da série.
5 estrelas em 5

3) Fringe 2.02: bom episódio, mas muito inferior ao anterior, a trama estancou mais uma vez.
3 estrelas em 5

4) True Blood 2.12: final de temporada à altura. MaryAnn teve seu fim, Sookie e Bill caminham para um novo status e um cliffhanger ainda melhor que o da temporada anterior nos põe de castigo até Junho.
5 estrelas em 5

5) Gossip Girl 3.01: estava com saudades de Blair. Temporada de início morno, Serena cada vez mais sem-graça, Blair e Chuck precisando de algo para animar seu núcleo.
3 estrelas em 5

6) Gossip Girl 3.02: outro episódio mediano, apesar do bom retorno de Georgina, de sua disputa com Blair e do cliffhanger curioso do final.
3 estrelas em 5

7) Gossip Girl 3.03: finalmente a temporada embalou! Ótimo desenrolar da trama entre Blair e Chuck, e entre Georgina e Dan. Nate também está interessante e Vanessa razoavelmente. Mas cadê Eric e Jenny? Viraram coadjuvantes de vez? E, por deuses, queremos o retorno de Lily! O que houve com a atriz? =(
4 estrelas em 5

8) Heroes 4.01 e 4.02: mais um episódio (duplo!) de Heroes, que, suspeito, não passará dessa temporada. Somos apresentados a um circo que consegue despertar algum interesse e curiosidade. A trama Nathan/Sylar ainda vai dar o que falar. Hiro muda seu presente visitando o passado, e Claire é descoberta por uma colega da faculdade.
3 estrelas em 5

9) Heroes 4.03: e não é que este episódio foi um pouco melhor? Menos disperso, apresentou um pouco mais dos personagens do circo e, principalmente, mostrou que Sylar é indubitavelmente o que a série tem de melhor. Eu sempre preferi outros personagens, mas não há como negar que ele é o mais complexo e bem desenvolvido. O jogo que ele fez com Matt Parkman foi realmente criativo.
4 estrelas em 5

10) The Big Bang Theory 3.01: divertido episódio, finalmente Penny e Leonard chegam a algum lugar em seu relacionamento. Sheldon é humilhado pelos resultados forjados por seus amigos no Ártico.
4 estrelas em 5

11) The Big Bang Theory 3.02: impagável a cena de Sheldon tentando descobrir o que fez de errado ao falar abertamente do relacionamento de Penny e Leonard. Todos estão ótimos no episódio, que me fez gargalhar em vários instantes. Mas a cena com o grilo não empolgou.
4 estrelas em 5

12) Dexter 4.01: Dexter Morgan, nosso serial killer favorito, está exausto por ter que conciliar seu trabalho, suas necessidades psicopatas e cuidar de seu recém-nascido rebento. Importante dizer que sua esposa anda jogando demais as coisas nas costas do perito em espalhamento de sangue.
4 estrelas em 5

13) Flash Forward 1.01: promissor início de temporada para a série que nos faz imaginar onde estaremos daqui a seis meses. Joseph Fiennes está bem na trama, que pode se tornar excelente ou afundar, depende de seus realizadores.
4 estrelas em 5

14) The Vampire Diaries: sorry, só consegui ver os dois primeiros episódios. Muitos falam mal de Crepúsculo. Bem, eu só vi o filme e simpatizei. Não gosteeeeei, mas é interessante ver mais uma história de amor humano-vampiro, e eu gosto da atriz Kristen Stewart desde seu desempenho em Na Natureza Selvagem. Mas este Vampire Diaries... personagens desinteressantes, trama rasa, todos com diários, vampiro ruim e vampiro bonzinho são irmãos... atores fracos. Argh, não deu.
1 estrela em 5



Quadrinhos

1) Wolverine 57: estréia de Old Man Logan, incrivelmente boa. Não esperava que fosse. O resto da revista é mediano, até mesmo X-Factor.
3 estrelas em 5

2) Nana 12: não há mais como Nana ficar ruim. Finalmente o mangá ultrapassa o anime e eu estou desesperado para ler mais. O melhor quadrinho publicado no Brasil atualmente!
5 estrelas em 5

3) Naruto 28: e não é que a parte Shinpuden começou bem? Gostei do desenrolar da história, de Gaara ser Kazekage e o melhor: finalmente Sakura se desenvolveu como personagem.
4 estrelas em 5

4) Hunter X Hunter 18: o arco de Greed Island parece próximo ao fim. Irá Gon descobrir mais sobre seu pai?
4 estrelas em 5

5) Full Moon O Sagashite 4: a revista consegue manter seu ritmo razoável e exageradamente dramático.
3 estrelas em 5

6) DNA² 2: cansei da série. Já. Trama boba, mulheres com pouca roupa, não vale minha análise.
2 estrelas em 5

7) Claymore 1: conceito razoavelmente interessante, visual original, possível bom futuro. Mas não resiste à comparação com Berserk.
3 estrelas em 5

8) Avante Vingadores 32: A Iniciativa nas mãos dos Skrulls, as muitas substituições do inseguro Hank Pym, e como se não bastasse ter Tony Stark, agora James Rhodes ganha sua série. É demais para mim.
2 estrelas em 5

9) Invasão Secreta Especial 3: história divertida entre os Jovens Vingadores e os Fugitivos, equipes excelentes e o melhor do universo teen da Marvel nos últimos anos. Já o duelo dos velhos e dos "novos" Novos Guerreiros decepciona.
2 estrelas em 5

10) Invasão Secreta 6: finalmente a história andou, e de maneira satisfatória. Agora vai rolar o grande quebra entre os heróis e os Skrull.
4 estrelas em 5

11) X-Men 93: eu não consigo tolerar o tratamento dado por Ciclope a Xavier. Se eu já não era grande admirador do primeiro Summers, agora desgosto dele cada vez mais, e culpa é de Emma Frost (ou melhor, de Grant Morrison). Mas a história de Brubaker e Fraction é... excelente! Já é o melhor título dos X-Men, com a arte privilegiada de Greg Land. Veremos agora um quebra entre Emma e Madelyne? =O Já os Jovens X-Men nem merecem comentários e fazem a nota da revista despencar.
3 estrelas em 5

12) Universo Marvel 51: A Morte da Mulher Invisível conclui previsivelmente, Hércules parece em uma história filler com Cho na ilha das Amazonas, Motoqueiro Fantasma é patético, e Thunderbolts prepara o terreno para a ascensão de Osborn, com a icônica imagem do personagem sentado na frente da estátua de Lincoln.
3 estrelas em 5

13) X-Men Extra 93: Cable tem sua história mais fraca até agora, voltada para Scott Summers e sua chatice (é, vou pegar no pé dele agora! =P). Excalibur continua triste e X-Force poderia ter concluído melhor seu primeiro arco. Os X-Men de Ellis dão uma folga, aparecendo em uma mini-história que tapa as páginas restantes, já que Cable ocupou mais do que o normal.
2 estrelas em 5




É isso. Mês que vem tem mais! =P

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Decisões Difíceis

Eu adoro escrever. Isso não é novidade para ninguém. Comecei querendo escrever quadrinhos, enveredei pelos contos, cheguei nas crônicas e fui parar nas resenhas. Queria ainda estar escrevendo em forma narrativa, mas, por uma razão que eu não sei explicar, simplesmente fui me afastando desse ramo da minha vida, provavelmente desestimulado pela falta de incentivo e por meu site ter saído do ar. Sim, para aqueles que não sabem, eu mantive de 2002 até o início de 2007 um site dedicado a postar livros, contos, poemas e outras peças literárias produzidas por mim e por quaisquer pessoas que quisessem lá publicar seus trabalhos. Era o Fanzine Ragnarok (criado antes do sucesso do jogo, importante ressaltar =P), que lamentavelmente acabou saindo do ar porque decidi que queria ter um layout decente para poder divulgá-lo de forma maciça, layout esse que acabou nunca saindo.
Ao parar de escrever meus contos, passei a criar posts para um abandonado fotolog e posteriormente para este espaço da blogosfera. E logo percebi que eu andava vendo mais e mais séries e que gostava de escrever sobre os filmes que assistia. Assim, inspirado pelo trabalho do Bruno Carvalho, do Ligado em Série, decidi escrever resenhas de filmes, séries, quadrinhos, livros e até mesmo música. Surgiu em mim o desejo de retomar uma antiga vontade de transformar meu trabalho em um zine mais palpável, com páginas, capa, etc. Dessa idéia veio o Na Toca do Lobo.
Até que recebi um ou outro feedback legal dessa iniciativa, e eu tinha decidido levá-la em frente, angariar mais pessoas para colaborar no jornalzinho, e continuar produzindo o trabalho.

Porém, percebi que havia algo errado. Quem me conhece sabe que sou muito persistente. Pelo lado positivo, tenho uma força de vontade grande para buscar meus objetivos. Mas pelo negativo, sou teimoso. Assim, dificilmente eu desisto de algo, mesmo que não esteja mais gostando. E uma confusão começou a se formar na minha cabeça: eu gosto de escrever tudo que andei escrevendo nos jornaizinhos, mas... toma MUITO tempo. Ah, que tal reduzi-lo? Mas e cortar o que? Como eu poderia escolher entre quadrinhos, cinema, literatura, séries e música? Eu gosto de todos. Como eu poderia tirar as matérias, que eu gostava tanto de preparar e que mais lembravam meus posts do blog? Como poderia deixar de colocar imagens? Ficaria tediosa a leitura! Foi com esse sentimento confuso que, na edição passada, produzi atropeladamente e me estressando bastante, mas consegui. Essa semana, finalmente o assunto voltou à tona. Hoje já é 23, e eu não escrevi uma palavra da edição que deveria sair no dia 3. Até agora tenho 2 filmes, 2 livros (quase 3), 12 revistas em quadrinhos, uma temporada de série para resumir, e 8 episódios. E faltam 10 dias. E eu não estou com a mínima vontade de escrever. Ando fazendo horas extras no trabalho, chego em casa às 9 da noite, cansado, doido para relaxar vendo um filme, lendo... e tenho que escrever?

Caiu a ficha. Eu já estava fazendo como uma obrigação. Prazerosa, mas ainda assim uma obrigação. E não quero isso para mim. Se alguém quiser cobrir o meu salário atual (igualar já serviria =P) e me contratar para escrever resenhas e matérias sobre a cultura pop, eu topo! Assim eu faria disso o meu ganha-pão, e não preencheria com ele todas as minhas horas de lazer. Eu mal ando respondendo e-mails. Não consigo levar o Na Toca do Lobo adiante.

Assim, peço desculpas a todos que acompanharam essa curta mas produtiva jornada. Foi muito importante para mim, e eu não me arrependi de ter tentado. Mas é hora de tentar deixar a teimosia de lado, e aprender a desistir quando for preciso. Espero voltar ao blog, embora ao meu ritmo. Sem obrigação. E quem sabe o que o futuro reserva? Obrigado a todos que me incentivaram e aos que colaboraram com a iniciativa.

Até breve!

domingo, 6 de setembro de 2009

Na Toca do Lobo 03

São 5 da manhã e finalmente concluí a edição 3 de Na Toca do Lobo. Abaixo o link para download.

Na Toca do Lobo, Edição 3


Deixo-os então com alguns vídeos de artistas citados na edição 3.



Kate Miller-Heidke - clipe de Caught in the Crowd



Kate Miller-Heidke - clipe de Can't Shake It



Kate Miller-Heidke - clipe de The Last Day on Earth



Kate Miller-Heidke cantando Toxic, da Britney Spears - Excelente!



Kate Miller-Heidke e Paul Dempsey cantando Careless Whisper, do George Michael



Miley Cyrus - Party in the USA ao vivo no Teen Choice Awards 2009



Calvin Harris - clipe de Ready for the Weekend



Katy Perry - clipe de Hot n Cold



KT Tunstall - Hold On acústica



KT Tunstall - Black Horse and the Cherry Tree ao vivo no Jools Holland



KT Tunstall - Suddenly I See ao vivo em Amsterdam



KT Tunstall - Walk Like an Egyptian, dos The Bangles

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Reviews de Agosto - Parte II

Eis mais alguns reviews desse mês. Viajarei nesse final de semana e não garanto ter algo para publicar na próxima semana. Mas dia 5 a edição três de Na Toca do Lobo estará no ar.


Cinema:

Brüno (Brüno, 2009, EUA, dir. Larry Charles)

(Brüno)

Minha reação ao assistir Borat em março de 2007 foi um misto de repulsa ao exagero do humor negro e ao explícito, com prazer por ter me divertido em diversas cenas do longa. Dessa maneira, minhas expectativas eram médias com relação a Brüno, mas ainda assim eu sabia que Baron Cohen poderia me surpreender. E o fez. Pena que negativamente.
A “história” gira em torno de Brüno, um apresentador de TV austríaco, dono de um programa voltado para o público homossexual, após este ser demitido e ter se decidido a ficar famoso nos Estados Unidos. Assim, acompanhamos o personagem de Sacha Baron Cohen em uma busca desesperada por fama, trama que critica de maneira árdua as pessoas que não medem esforços para alcançar o estrelato. Em sua jornada, Brüno grava programas explicitamente ofensivos (o tempo em cena de um determinado órgão sexual rivaliza com o de alguns filmes pornôs), adota uma criança africana (se Madonna e Angelina podem...) e até cogita se tornar heterossexual (as perguntas que o personagem faz a um pastor cristão formam um dos pontos altos do filme).
Realizando uma composição de personagem absurdamente eficaz, Baron Cohen demonstra ser muito competente na arte da atuação, ainda que seja beneficiado pelo fato dos personagens Ali G, Borat e Brüno serem de sua própria autoria. Os trejeitos, as expressões faciais e o sotaque que distinguem cada uma de suas famosas interpretações podem até mesmo fazer com que alguns espectadores jamais desconfiem se tratar do mesmo ator por trás.
Infelizmente o filme não funciona como uma peça narrativa coesa, parecendo uma colagem de sketches de televisão, que provavelmente soariam bem melhor no programa apresentado por Cohen. Dessa maneira, as piadas não se perderiam no contexto (chamar Mel Gibson de Führer foi genial). Provavelmente graças à fama do ator, as cenas realmente realistas parecem drasticamente reduzidas, o que era um dos grandes charmes de Borat. Uma das melhores cenas ficou restrita aos créditos finais, quando alguns artistas famosos fazem pontas divertidas.
Brüno é um filme sem estrutura narrativa, praticamente sem história (há uma intenção nas ações episódicas do personagem, mas só isso), com uma tentativa artificial de romance, e que só sobrevive ao ostracismo graças ao talento do ator Sacha Baron Cohen, que nos faz acreditar que figuras como Borat e Brüno realmente existam.
2 estrelas em 5





TV:

1) True Blood 2x08
O cliffhanger do episódio anterior foi tão interessante que eu realmente acreditei que Jason pudesse ter deixado os espectadores órfãos de suas burradas antológicas, mas a arma utilizada por Sarah foi simplesmente uma pistola de Paintball. Descobrimos finalmente que Godric é um personagem fascinante, decidido a colaborar substancialmente para o fim da disputa entre vampiros e humanos, e a coexistência pacífica dos dois povos, em uma espécie de utopia no melhor estilo Charles Xavier (o mentor dos X-Men, que busca a paz entre mutantes e humanos). Impedindo uma batalha que deixaria muitos mortos na Sociedade do Sol e entre os vampiros do Texas, e que poderia significar o fim de Sookie, Bill e Eric, o vampiro milenar é ajudado curiosamente por Jason Stackhouse a acabar com as forças empáticas de Steve Newlin e dissipar o grupo sem maiores percalços.
Em Bon Temps, a tensão aumenta, se é que era possível. MaryAnn coloca o corpo de Daphne no frigorífico de Sam, levando-o a ser detido pela possibilidade do homicídio. Mas o bizarro fica no uso que a Mênade dá ao coração da metamorfa: picado em pedaços e unido com vegetais, vira recheio de uma torta que ela serve a Tara e Eggs. O dominado casal se delicia com a funesta refeição e logo os dois começam a se violentar, afetados emocionalmente por MaryAnn. Jessica e Hoyt voltam à Louisiana e a jovem vampira descobre que será virgem por toda a eternidade! No ninho de Godric, a celebração pelo seu retorno conta com uma desavença entre Lorena e Sookie (resolvida prontamente pelo Xerife) e com uma estarrecedora ameaça, cujo desenrolar foi deixado para o episódio seguinte.
Nota: 10

(A pobre Tara, que só se ferra nessa série)

2) True Blood 2x09
O atentado da Sociedade do Sol é bem-sucedido em sua realização, mas não tanto no impacto, uma vez que poucos vampiros foram afetados e o fato serviu apenas para piorar as relações entre as raças. O fato mais impactante decorrente da explosão foi Sookie ter sido ludibriada por Eric e agora ter provado o sangue do vampiro, tornando-se para sempre conectada com ele.
Hoyt leva Jessica para conhecer sua preconceituosa mãe, o que não dá muito certo e agora a garota está sofrendo por não ser capaz de gerar progênie. Adoro o romance do casal, mas lamento que essa trama esteja tão desconectada de todas as outras. MaryAnn invade a delegacia da cidade e liberta todos os presos, apesar de Sam escapar de suas garras transformado em uma mosca! Confesso que achei exagerado o metamorfo ser capaz de reduzir tão drasticamente a sua massa, afastando o sobrenatural do realismo, quando o ideal seria que ele conseguisse se metamorfosear apenas em mamíferos, ou pelo menos vertebrados, e de massas similares. Dessa forma, parece mágica. O dono do Merlotte’s busca refúgio em Andy Bellefleur, o único na cidade capaz de acreditar nele e não na poderosa Mênade. Aliás, esta visita o restaurante e nos faz descobrir que seus poderes são mais amplos do que pareciam, ao mobilizar a todos os presentes para caçarem o proprietário. Na casa de Sookie, Tara e Eggs são forçados a bater na mãe da garota e em Lafayette. Mesmo assim, estes conseguem fugir do local arrastando a divertida Tara.
Finalmente a trama em Bon Temps parece se aproximar de um desfecho. Gostaria que o casal principal retornasse logo à cidade, pois anseio por saber se os poderes de MaryAnn exercem algum efeito sobre vampiros. Concluindo o ótimo episódio, Godric, que havia se deixado capturar pela Sociedade do Sol, se sacrifica por não mais sentir prazer em viver após dois mil anos, e não gostar do que os vampiros fazem com os humanos. Sua cria e devoto Eric chora amargamente a despedida, e o vampiro queima ao nascer do sol ouvindo as palavras de conforto de Sookie. Preciso fazer três observações sobre a cena: Godric inicialmente me lembrou o personagem Marius (das crônicas de Anne Rice), sábio e preservador das relações com os humanos, mas agora ele se pareceu mais com Armand, melancólico, odioso de sua condição vampírica e desejoso por deixar este mundo; não apreciei particularmente o ator Allan Hyde e creio que um personagem tão marcante merecia um intérprete mais eficaz; mais uma vez Anne Rice prova ter estabelecido as mais interessantes convenções para o gênero, que aqui são desobedecidas constantemente, afastando a narrativa da verossimilhança – se nos livros de sucesso quanto mais antigo um vampiro e mais poderoso o seu sangue, mais difícil é matá-lo, na série de Alan Ball os vampiros mais velhos viram pó em uma fração de segundo após o contato com o sol.
Nota: 9





Quadrinhos:

1) Wolverine 56
A última de quatro partes da caçada de Mística por Wolverine é, infelizmente, a menos interessante delas. É basicamente a luta entre os dois personagens, muito bem desenhada por Ron Garney. O único momento interessante está na década de 20, ao descobrirmos que Logan traiu a trupe de criminosos montada por Raven e os entregou para a polícia, o que sempre parece ter sido seu plano. No presente, o mutante vence o duelo graças ao seu fator de cura, mas, obviamente, não dá cabo da assassina, fazendo uso do velho clichê de deixá-la à míngua e com uma arma para que ela mesma alivie seu fardo, fato que todos sabemos que não vai ocorrer, pois a personagem é muito importante para o Universo X.
Em Wolverine Origens, finalmente sai o desenhista Steve Dillon, embora seu substituto Stephen Segovia não seja digno de nota. Conhecemos na história um pouco da infância de Daken no Japão, abandonado por um pai que não sabia de sua existência. O bizarro é que o cabelo moicano do rapaz é de nascença, algo que eu não imagino ser possível. Mas tudo pode acontecer com mutantes, certo? A criança é adotada por uma boa família japonesa, que o deixa de lado aos poucos após o nascimento de seu filho biológico. Inconformado, Daken acaba causando a ruína daquelas pessoas, e sendo encontrado, após a descoberta de seus poderes, pelo tal Romulus, um vilão que foi adicionado retroativamente na continuidade de Logan, e que ainda não deu as caras. A história não tem bons momentos, embora também não seja exatamente ruim.
Acompanhamos a seguir uma aventura solo de Mercúrio, enlouquecendo na cadeia após a completa perda de seus poderes, até mesmo daqueles adquiridos com os cristais de névoa terrígena dos Inumanos. Os delírios de Pietro são curiosos, partindo dos familiares Wanda, Magneto, Cristalys e Luna, e concluindo com a sempre ótima Layla Miller. A garota que sabe das coisas protagoniza um dos melhores diálogos da história: “Um dia, um sábio chinês sonhou que era borboleta. Quando acordou, se perguntou se era um homem sonhando que era borboleta ou se era uma borboleta sonhando que era homem. E aí? Você é um mutante sonhando que é humano... ou o contrário? Segue a borboleta, Mercúrio”. Em seguida, como se descobrisse que era um mutante sonhando ser humano, Pietro recupera seus poderes e foge da prisão correndo mundo afora, até mesmo sobre a água. A história funciona como um bom retorno para o personagem, que logo deve aparecer nas histórias do X-Factor.
Aliás, a equipe de detetives liderada por Jamie Madrox está cada vez mais interessante. Val Cooper oferece ao rapaz duas possibilidades de futuro: trabalhar para o governo ou dissolver o time, que ficaria sob proteção e vigilância governamental. Claro que Jamie não aceita nenhuma das propostas e desaparece com Theresa, Monet, Guido e Rictor. Alguns meses se passam, a barriga da grávida Siryn cresce e o X-Factor continua agindo, agora em Detroit. Ao final, Val encontra Jamie. Peter David é um roteirista consistente que pode nem sempre ser brilhante, mas dificilmente será decepcionante. Fico na ansiedade pelo retorno de Layla Miller, uma das melhores personagens surgidas na Marvel nos últimos anos.
Nota: 7

2) Avante Vingadores 31
Se essa revista, além do Homem de Ferro, tivesse Motoqueiro Fantasma, Miss Marvel e os Thunderbolts, eu adoraria, porque seriam R$ 7,50 a menos todo mês. Matt Fraction até tenta realizar um bom trabalho nas histórias do ferroso, utilizando Ezekiel Stane como um personagem que desenvolveu tecnologicamente poderes, digamos, um pouco mais orgânicos que os de Tony Stark. O objetivo de Fraction é criar um novo vilão para o Homem de Ferro. A arte de Salvador Larroca (que, apesar de bonita, costuma pecar pela falta de fluidez) está deslumbrante sob as cores de Frank D’Armata, mas nem mesmo a qualidade gráfica ou os dons do argumentista podem fazer algo por Stark, que padece da falta de carisma e, principalmente, da completa ausência de personagens minimamente interessantes para coadjuvar na história. Nenhum personagem que mereça menção aparece nas duas histórias da edição. Lamentável.
A Iniciativa toma rumos curiosos em tempo de Invasão Secreta: personagens pouco conhecidos se reúnem para caçar os Skrulls infiltrados país afora, fazendo uso dos óculos especiais do Homem 3-D. A história trás de volta Sharon Ventura, a Mulher-Coisa, antiga coadjuvante das aventuras do Quarteto Fantástico. Infelizmente, logo descobrimos que era um Skrull disfarçado. Somos informados que há um Skrull em cada uma das cinqüenta equipes da Iniciativa, um plano interessante dos alienígenas. A história conclui quando o novo Homem-Formiga descobre que o Jaqueta Amarela é um traidor e comanda uma frota de invasores.
Nas últimas páginas da edição, Bendis apresenta como se deu a substituição de Elektra por um Skrull. A ninja fabulosa deu muito trabalho para os alienígenas, até ser vencida e substituída por um Skrull chamado Pagon, que parecia ser o amante da Rainha, mas assim mesmo se oferece para a missão suicida de introduzir o pânico silencioso na mente dos Vingadores ao ser assassinado como Elektra e revelar a verdadeira forma Skrull. Através dessa atitude, percebemos que a Rainha mobilizou os corações de todo o seu povo e que os transmorfos verdes se entregaram de corpo e alma a essa Invasão, determinados a tomar a Terra para si. Sabemos que eles serão eventualmente derrotados, mas o que isso significará. Restará alguma maneira da raça sobreviver após tanta dedicação a um plano?
Nota: 5.5

3) Invasão Secreta Especial 2
O segundo número da leva de especiais que apresentará histórias secundárias, mas relacionadas à Invasão Secreta, marca a estréia de uma equipe que substitui o Excalibur: formada por Pete Wisdom e agentes do MI13 britânico, eles visam defender o Reino Unido da invasão verde. Brian Braddock, o Capitão Britânia, assume a frente de combate, auxiliado por Spitfire (que parece ser uma vampira agora, perdi alguma coisa?) e o Cavaleiro Negro (é, aquele que já foi Vingador). Os Skrulls desejam acessar o mundo que abriga a magia ancestral por trás do Reino Unido e tomar para si essa força etérea que sustenta os britânicos.
É uma idéia interessante, e vários seres sobrenaturais surgem em defesa da magia, mas não conseguem impedir que os vilões roubem seus artefatos místicos, fundam-nos e criem um artefato de grande poder a ser usado por um Srull em batalha. Sua vitória iminente se deu porque Braddock sucumbiu perante poder alienígena. Mas Wisdom liberta um Merlin visualmente modificado e aparentemente arrependido de seus anos como vilão do Excalibur. O personagem consegue trazer Brian de volta à vida antes que sua essência se afastasse completamente da realidade. O Capitão Britânia retira a própria Excalibur da pedra e derrota os artífices da magia criada pelos Skrulls. A edição conclui com a aparente formação de uma nova equipe, que conta com os personagens supracitados e também com a freira Faiza, que descobriu ter uma espécie de poderes curativos e parece ter se apaixonado por Dane, o Cavaleiro Negro. Boa edição, apesar de faltar alguma coisa. Não gosto muito de Pete Wisdom, mas os outros personagens são promissores.
Nota: 7

4) Nana 11
Na décima primeira edição da trama estabelecida por Ai Yazawa, Nana/Hachi leva Takumi para conhecer sua atrapalhada família. O Blast termina as gravações e se prepara para sua grande estréia em Tóquio. O Trapnest também conclui os trabalhos e retorna ao Japão, preparados para a iminente batalha de vendas contra o grupo rival. A banda de Nana é instalada em um prédio de apartamentos muito esquisito para artistas da agência que os representa com a gravadora. No local, são apresentadas duas novas personagens: a jovem e divertida atriz pornô Yuri-chan e a solitária e encantadora aspirante a atriz Mil, que mexem com o coração já balançado de Nobu.
O Black Stones faz sua apresentação surpresa nas ruas da Tóquio, e Hachi é avisada e assiste de longe, emocionada pelo sucesso dos amigos. A banda e o Trapnest se encontram em um programa de televisão. Takumi começa a desconfiar de Reira por vê-la com um isqueiro raro semelhante ao de Shin (nós sabemos ser o mesmo), mas a garota está curtindo cada vez mais seu tempo com o ainda adolescente baixista. Infelizmente, tudo indica que ela, apesar de gostar do rapaz, o use para esquecer uma paixão não-concretizada por Takumi. Descobrimos nessa edição que Ren está entrando no mundo das drogas e não é feliz com a vida como membro da banda de sucesso. Yasu o aconselha a viver com o coração, ou acabará morrendo, já que ele não é racional como seu amigo ou Takumi. Na mesma época, Nana tem uma crise de hiperventilação causada por estresse. Seu amante a pede em casamento, buscando salvar a ambos de problemas emocionais mais graves, e sem se importar se o fato vai atrapalhar as bandas ou passar a impressão errada deles para o público. Takumi descobre sobre a intenção do rapaz, e Reira egoisticamente sugere que dois casamentos de uma vez pode ser a ruína da banda. Como o homem de negócios e extremamente racional que é, Takumi parece inclinado a deixar Ren se casar agora para resolver seu problema com as drogas, enquanto sua vida pessoal sem importância fica para depois.
Hachi manda uma mensagem para Shin convidando os quatro membros do Blast para ver fogos em um festival. Yasu consegue adiar um compromisso com uma revista, e os quatro se disfarçam e vão ao apartamento 707 esperar pela garota que há tempos não vêem. Nana espera poder se desculpar e reatar a amizade. Nobu espera talvez convencer Hachi de que esta tomou a decisão errada ao ficar com o líder do Trapnest. Shin só tem saudades da garota, e Yasu percebe tudo que está acontecendo. Mas, antes do encontro, Hachi vai comer um hambúrguer no Jackson Burger e encontra seu ex Shoji. A conversa com o rapaz afeta profundamente a garota, que acaba não comparecendo ao encontro com os amigos. Parece que estes laços estão destinados a permanecerem desatados. O volume conclui aqui, igualando os episódios da primeira temporada do anime. O que virá pela frente? Que novos sofrimentos aguardam Nana e Hachi?
Nota: 10

5) Full Moon O Sagashite 3
A terceira edição do mangá shoujo finalmente desenvolve a história de maneira bem-sucedida. Descobrimos que Takuto, quando vivo, era membro de uma banda formada junto com o pai de Mitsuki e com o Dr. Wakaohji, o médico que cuida da garganta da garota. Takuto teve o mesmo problema quando jovem, e fez a cirurgia para viver, sendo impedido de continuar cantando. O fato acabou impelindo-o ao suicídio, e por isso se tornou um Shinigami. A protagonista ganha complexidade ao descobrirmos que seu amado Eichi morreu no dia em que saiu do orfanato em que viviam, em um vôo para os Estados Unidos. Mesmo sabendo do falecimento deste, a garota continua em busca do seu sonho para que, quando voltarem a se encontrar, ela esteja mais perto de alcançá-lo. Finalmente podemos concluir que Mitsuki não se importa com a morte iminente causada pela doença na garganta porque ao deixar essa vida se encontrará com Eichi e para o encontro precisa chegar mais perto da sua meta e cumprir a promessa que fez ao rapaz.
Ainda na edição, há duas histórias curtas: uma que mostra Meroko como parceira de Izumi e apaixonada por ele, até que é involuntariamente deslocada para acompanhar Takuto e agora dedica seus sentimentos ao jovem Shinigami; a história seguinte apresenta algumas cenas do passado de Mitsuki e Eichi, importantes para que o espectador acredite no sentimento da garota por ele. Foi importante dar uma chance à história, que evoluiu e agora é capaz de prender a minha atenção.
Nota: 8

6) DNA² 1
Há muitos anos assisti uns quatro episódios do anime DNA² em um evento de anime. Eis que agora o mangá chega às bancas brasileiras e um amigo decidiu comprar e me emprestar. Não seria uma aquisição que eu faria, pois não faz realmente o meu estilo. Mas já que li, farei aqui o meu comentário.
Junta Momonari é um adolescente comum, exceto pelo fato de ter uma estranha alergia a mulheres, que o nauseiam e até o fazem vomitar. Claro, o fato gera inúmeras situações cômicas e constrangedoras para o rapaz, comuns de mangás para os adolescentes do sexo masculino. Karin Aoi é uma “operadora de DNA”, vinda do futuro para impedir uma catástrofe populacional. O Japão está consumido pelo excesso de habitantes e o principal causador é um tal de Megaplayboy, um cara que engravidou mais de cem mulheres! A garota viajou no tempo para alterar o DNA do futuro Megaplayboy e impedir esse crescimento habitacional. E eis que o cara é o esquisito Junta, que nem sequer consegue se aproximar de uma garota sem vomitar.
Karin atira em Junta com uma bala modificadora de DNA, mas parece ter utilizado a bala errada e... causado a transformação dele no Megaplayboy. Aos poucos, ele vai assumindo essa faceta apenas por alguns instantes, nos quais se torna um tremendo conquistador e irresistível para as garotas, até mesmo para a própria viajante temporal. Situações divertidas e trapalhadas conduzem a trama, que busca também um lado mais aventuresco ao envolver o rapaz em uma confusão em um restaurante. A premissa é absurda e boba, mas também o é o objetivo da revista, que assim não foge de sua meta e alcança o público-alvo.
Nota: 7

7) Invasão Secreta 5
A dominação Skrull começa a surtir efeito, pois os infiltrados na população humana começam a transmitir mensagens pela televisão mundial informando da Invasão e de que a Terra já foi anexada ao Império Skrull, e que acabou a guerra, o sofrimento, a pobreza, mas serão necessárias adaptações aos eficazes costumes dos alienígenas. No espaço, a Agente Brand salva Reed Richards, a mente mais brilhante do planeta, e este imediatamente começa a colocar em prática um plano para salvar a Terra. Imediatamente monta uma arma que pode revelar os verdadeiros humanos e, na Terra Selvagem, revela que todos os que vieram na nave eram mesmo Skrulls, até mesmo a Harpia, que já estava enamorada de seu ex Gavião Arqueiro, agora Ronin. O fato desperta a ira de Clint Barton, que deseja matar cada Skrull! O momento mais brilhante ocorre na sede da Shield e é protagonizado pela antipática Maria Hill, que revela ser um MVA (Modelo de Vida Artificial), uma lição aprendida com Nick Fury e, surgindo dos céus, destrói todo o aero-porta-aviões. Enquanto o MVA é destruído, fala que vai fazer uma camisa com os dizeres “Nick Fury Tinha Razão”, uma tirada muito divertida da parte de Bendis.
Na história dos bastidores, Ben Ulrich e outros humanos estão presos em prédios e tentam escapar da batalha ocorrendo em Nova York. A história não é emocionante, mas a principal da revista compensa, apesar de muito corrida.
Nota: 8
(um Skrull sedento pelo sangue dos terráqueos!)

8) X-Men 92
Duas histórias dos X-Men de Ed Brubaker e Matt Fraction abrem essa edição. A arte maravilhosa de Greg Land por si só já vale a leitura. A jovem Fada (ex-personagem das histórias dos Novos X-Men) é espancada na rua por humanos, e logo descobrimos ser o Culto do Inferno, comandado por ninguém menos que Empata, que obedece ordens diretas de uma tal Rainha Vermelha. Obviamente, estão ligados ao Clube do Inferno, e suspeito que a mulher seja absurdamente Madelyne Pryor, que já foi envolvida com o Clube nas histórias do X-Man (Nate Grey, o Cable da Era do Apocalipse). Para os desavisados, Madelyne é um clone de Jean Grey criado pelo Sr. Sinistro no passado, e real mãe de Cable antes dele ser enviado ao futuro para ser curado de um vírus tecnorgânico injetado por Apocalipse... Err... esqueçam, é uma mutante psiônica poderosa e ruiva. XD
Os X-Men armam uma emboscada para o Culto do Inferno, e logo descobrem que Empata está mais poderoso que nunca. A tal Rainha Vermelha parece interessada em destruir Emma Frost e, antes de fugir, assume sua aparência (como? Bom, poderes telepáticos podem passar essa impressão. Digo, se for mesmo a Srta. Pryor). Ainda nessa edição vemos Cristal, sem nenhuma explicação sobre como ela saiu do Excalibur, voltou a ser loira e a cantar, e como seu cabelo cresceu. =P Mas tudo bem, alguns meses podem ter se passado. Pequenos deslizes à parte, as duas histórias empolgam, e a fase em São Francisco promete!
Em duas histórias de X-Men Legado, uma revelação surge esmagadora: Sinistro implantou seu próprio DNA nas crianças Xavier, Cain Marko e Sebastian Shaw e, geneticista extremamente brilhante como sempre foi, deixou gatilhos genéticos que seriam ativados automaticamente após a sua morte, de forma que ele usurpasse o corpo de um destes portadores. O humano amigo de Xavier não tinha o gene X. O rubi de Cytorak protege o Fanático, e o pai de Shaw, que trabalhava para Sinistro, construiu uma máquina que o impedia de ser usurpado. Dessa forma, o grande vilão busca usurpar o corpo do Professor X, em um momento deveras interessante, já que este está com poucas memórias de sua vida. Sinistro busca fazer Xavier crer que os X-Men ficam melhor sem ele, e que de alguma forma seu DNA influenciou algumas das decisões do mentor da equipe mutante. Surge uma tal Doutora Mueller, a primeira mutante que Sinistro conheceu e que é imortal, mas isso não impede o envelhecimento de seu corpo. Por isso, ela deseja ser a hospedeira de Sinistro, uma vez que o processo é automático e controlado por uma máquina, que ela modificou de forma a poder entrar na lista e manter suas faculdades mentais. Mas Sinistro toma controle do corpo de Charles, e se ele conseguisse tal façanha, muito me surpreenderia. Mas, mesmo destreinado, o maior telepata da Terra consegue vencer o vilão na sua mente e retomar seu corpo. Ao final, somos surpreendidos por Shaw conversando com uma clone de Sinistro, a qual ele convida para ser sua Rainha Negra. Enquanto isso, Xavier deseja conversar com Scott.
Nota: 9

9) Hunter X Hunter 16
O mangá de Yoshihiro Togashi está cada vez mais interessante ao apresentar o universo do jogo Greed Island, que é na verdade um lugar do mundo real vigiado e controlado pelo que imagino serem os mais poderosos hunters de todos os tempos, entre eles o pai de Gon. Neste volume, alguns jogadores estão prestes a finalmente concluir o jogo, embora algumas cartas raras desafiem suas capacidades de obtenção. Gon, Killua e Biske encontram o temido Hisoka e a misteriosa garota o convida a fazer parte do grupo enquanto buscam uma determinada carta que só pode ser obtida por um grupo de mais de 15 pessoas. Os jogadores devem vencer desafios esportivos, e o organizador é um Game Master, ou seja, um dos hunters que cuida do jogo. Ao saber que Gon é filho de seu amigo, o personagem pega ainda mais pesado no desafio. Fazendo uso personagens tridimensionais e de muito mistério, o autor de Yu Yu Hakusho prova sua qualidade narrativa ao realizar um mangá ainda mais envolvente que seu maior sucesso.
Nota: 9.5

10) D.Gray-Man 4
Na quarta edição do interessante mangá de Katsura Hoshino, Allen conhece o Bookman e seu futuro sucessor Lavi. O Bookman é uma espécie de arquivo vivo sobre os Exorcistas e a história da Innocence. Descobrimos que existe uma Innocence, apelidada de Coração, mais poderosa que as demais, que atrai as atenções do Conde do Milênio e de sua suposta família. Acreditando que por ser mais potente, escolheria alguém importante, os vilões perseguem os Generais da Ordem Negra. Assim sendo, os Exorcistas são divididos em grupos para buscarem encontrar seus Generais e ajudá-los a escapar destes atentados. Assim, Allen, Lenalee, Lavi e o Bookman são designados para seguir os passos do General Cross, ex-mestre do protagonista e mais soturno dos Generais. No caminho, Allen e Lavi acabam indo parar em uma cidade que tem problemas com um aparente vampiro. Dessa vez, a trama ficou para o volume seguinte, dando a entender que finalmente as histórias estão se alongando e que logo uma saga mais extensa deve tomar conta das páginas da história. É um mangá criativo, que me faz perceber que o gênero Shounen no Brasil está contando com ótimas opções (além do bom Naruto, há os ótimos D.Gray-Man, Hunter X Hunter e Full Metal Alchemist, e o excelente Bleach. Infelizmente, o melhor deles, One Piece, está afastado das bancas pelos problemas financeiros e editoriais da Conrad).
Nota: 9

11) Os Cavaleiros do Zodíaco: The Lost Canvas 11
A história da Guerra Santa anterior à época de Seiya parece se aproximar de um final. Os cavaleiros orquestram uma invasão ao palácio de Hades, e o mestre de Shion consegue aprisionar Hypnos. Dessa forma, resta apenas Hades para ser derrotado. Porém, o Imperador toma de vez o controle do corpo de Alone. Kurumada é feliz ao não exagerar o foco da história em seu protagonista Tenma, abrindo espaço para vários cavaleiros de ouro e para outros personagens mais interessantes. A história é razoável, e conseguiu me deixar curioso, minimamente para saber como Dohko sobreviveu ao ataque de Hades, uma vez que sabemos que ele se tornará o vigia do palácio de Hades e mestre de Shiryu. Me questiono sobre o porquê de Masami Kurumada não ter ainda criado uma história ambientada alguns anos no futuro da série original, caracterizando um novo mestre do Santuário (talvez Mu?), novos cavaleiros de ouro (os próprios personagens da saga clássica poderiam integrar este elenco, exceto Seiya, que felizm...lamentavelmente não parece ter sobrevivido) e novos aprendizes. Bom, não acredito que eu estou dando essas idéias, afinal enjoei da série há alguns anos e não teria a intenção de comprar esses mangás. Eu leria se, como neste Lost Canvas, algum amigo adquirir e me emprestar.
Nota: 7.5



Encerro o post com uma apresentação recente do duo Roxette em um festival europeu. Ao que parece, Per e Marie estão de volta para alguns shows! \o/ A performance é incrivelmente boa e eles estão cantando ao vivo, afastando a impressão que eu tinha de que a voz de Marie tinha se deteriorado com a idade.